quinta-feira, 30 de março de 2017

MISTURA DE POLÍTICA COM RELIGIÃO: ATÉ ONDE IREMOS?


Culto

Culto: a secretária Fátima Pelaes (primeira à esquerda), durante roda de oração em seu gabinete.

Vivemos dias singulares no Brasil do século XXI. De uma hora para a outra, toda uma população que passou a ser chamada de “evangélicos” foi reconhecida como uma força considerável em todos os horizontes. Facilmente manipuláveis pelas mais variadas razões, os evangélicos são levados a acreditar que podem tudo porque, afinal, Deus está do nosso lado. É essa abordagem levada a todas as esferas do dia a dia que faz surgir verdadeiras aberrações como o que está relatada abaixo pelo site da revista Carta Capital

Secretária das Mulheres de Temer faz culto evangélico em gabinete
por Débora Melo e Renan Truffi

Rodas de oração na sede do órgão, com a participação de Fátima Pelaes, têm constrangido funcionários.

A secretária Especial de Políticas para as Mulheres, Fátima Pelaes, tem realizado cultos evangélicos na sede do órgão em Brasília, o que tem constrangido profissionais da pasta.

Uma foto enviada à reportagem de CartaCapital mostra a secretária e funcionárias de sua equipe em um momento de oração dentro do gabinete, acompanhadas de um homem ao violão.

De acordo com uma fonte que não quis se identificar, subordinadas diretas de Pelaes têm aproveitado eventos de confraternização para fazer rodas de oração com os funcionários. “A equipe que assumiu chegou, digamos, com essa mania. Isso tem causado mal-estar”, disse a fonte. “Quem já estava na secretaria se surpreendeu, porque isso nunca fez parte da lógica dali.”

O Estado brasileiro é laico, e a Igreja não pode interferir no Estado. Além disso, o artigo 5º da Constituição Federal define que “é inviolável a liberdade de consciência e de crença”.

A secretária tomou posse em junho de 2016, ainda no governo interino de Michel Temer. O nome de Pelaes, que é presidenta do PMDB Mulher, foi indicado a Temer por deputadas do Partido Republicano Brasileiro (PRB), sigla ligada a Edir Macedo e à Igreja Universal do Reino de Deus.

A escolha do governo para a pasta das Mulheres foi fortemente criticada por movimentos feministas. Socióloga, Pelaes foi deputada federal pelo PMDB do Amapá e chegou a defender a legalização do aborto durante sua trajetória no Congresso, mas mudou radicalmente de opinião a partir de 2002, quando sobreviveu a um naufrágio no Rio Amazonas.

Após uma “busca por Deus”, Pelaes decidiu se converter à religião evangélica. Ela foi presidente da Frente Parlamentar Evangélica e passou a militar pelo direito à vida “desde a concepção”.

Em 2010, a então deputada fez um discurso em defesa da aprovação do Estatuto do Nascituro, projeto de lei que dá direitos ao feto e dificulta ainda mais o acesso ao aborto legal, mesmo em casos de estupro. Na ocasião, Pelaes revelou que nasceu de um estupro que sua mãe sofreu na prisão.

“Eu já estive também em alguns momentos, nesta comissão, defendendo [o aborto], dizendo que toda mulher tem direito, que a vida não começa na concepção. Mas eu precisava ser curada, porque eu estava com trauma. Eu não conseguia falar disso”, disse em uma comissão.

O episódio foi resgatado com a nomeação de Pelaes para a pasta das Mulheres e, após repercussão negativa, a secretária emitiu uma nota na qual recuava de suas posições. “A mulher vítima de estupro que optar pela interrupção da gravidez deve ter total apoio do Estado, direito hoje já garantido por lei”, dizia o texto.

A gafe mais recente da secretária ocorreu neste Dia Internacional da Mulher. Ao defender Temer de suas declarações machistas, Pelaes foi mais uma vez alvo de críticas de movimentos que lutam pelos direitos das mulheres.

Em um discurso infeliz, o peemedebista afirmou que “seguramente” cabe à mulher cuidar da casa e da formação dos filhos, palavras que ganharam as redes e correram o mundo.

Naquele mesmo dia, em entrevista no Palácio do Planalto, Pelaes minimizou as declarações e disse que se trata de uma realidade. “Acho que estamos falando do que a mulher ainda vive hoje”, afirmou.

CartaCapital tentou contato com a Secretaria de Políticas para as Mulheres, mas não localizou os responsáveis pela comunicação do órgão. O canal segue aberto, caso a pasta queira comentar a reportagem.

O artigo original poderás ser acessado por meio do seguinte link:


Que os leitores não se percam pela publicação desse artigo em nosso blog. O mesmo tem o objetivo de divulgar as informações e fomentar o debate. Quanto à questão fundamental apresentada no texto e que diz respeito aos casos em que o aborto é admissível pela legislação brasileira, a posição do Blog que já foi apresentada em outros artigos permanece a mesma: não aceitamos o assassinato de uma criança não nascida sob qualquer desculpa que seja.

Que Deus tenha misericórdia de nós e nos abençoe a todos.

Alexandros Meimaridis

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