sábado, 1 de outubro de 2016

OS EVANGÉLICOS E O DIREITO AO VOTO


Celso Russomano
Celso Russomano em campanha: ligado à Universal, ele é o preferido do eleitorado evangélico.

O artigo abaixo foi publicado pelo site da Revista CartaCapital e nos apresenta um quadro claro de como os evangélicos são facilmente manipulados para escolherem os piores candidatos, do ponto de vista político. A impressão que temos é que os evangélicos parecem que estão votando para alguém que poderia assumir a direção de suas igrejas e não em candidatos que irão assumir a administração da cidade em que vivem.

Evangélicos rejeitam Haddad e preferem Russomanno e Doria, diz estudo

Levantamento mostra petista com apenas 6% da preferência dos religiosos, longe dos candidatos do PRB (25%) e do PSDB (24%)
por Nivaldo Souza — publicado 30/09/2016 10h19, última modificação 30/09/2016 12h00

Pesquisadores da Pontifícia Universidade Católica (PUC-SP) e da Universidade Metodista de São Paulo saíram às ruas da capital paulista, em agosto, para identificar tendências do voto dos evangélicos no certame municipal deste domingo 2. O resultado não é positivo para o prefeito em reeleição Fernando Haddad (PT). Apenas 6% dos evangélicos manifestaram disposição em votar no petista.

O levantamento ouviu 390 pessoas de mais dez igrejas diferentes. Entre elas: Adventista da Promessa, Assembleia de Deus, Batista, Bola de Neve, Congregação Cristã, Deus é Amor, Mundial, Presbiteriana e Universal do Reino de Deus.

O preferido do segmento evangélico é Celso Russomano (PRB), com 25% das intenções de voto. A disposição de votar nele é maior entre frequentadores da Universal (35%), igreja ligada ao PRB.

O tucano João Doria, com 24% da preferência evangélica, acumula o dobro das intenções favoráveis à candidata do PMDB, Marta Suplicy (12%). Distantes dos líderes aparecem empatados com 2% Luiza Erundina (PSOL) e Major Olimpio (SD). Levy Fidelix, do PRTB, pontuou 1%.

A pesquisa também questionou os evangélicos sobre como escolhem seu candidato. A maioria (49%) disse que o critério é a identificação pessoal com o político. A propaganda eleitoral é a principal ferramenta de seleção para 22%, enquanto 14% opta por candidato próximo de sua comunidade.

Apenas 5% disseram decidir a partir da indicação de pastores ou da igreja frequentada. "Nós identificamos que apenas a Assembleia de Deus indica o candidato de forma explícita", observa uma das coordenadoras do levantamento, a socióloga Tathiana Chicarino.

A pesquisadora da PUC-SP observa, contudo, que a igreja liderada pelo bispo Edir Macedo utiliza o jornal Folha Universal para orientar politicamente os fieis.

Choque de valores

Haddad sofre alta rejeição dos evangélicos por ser visto como progressista e alinhado a valores contrários aos defendidos pelo segmento religioso – como a legalização do aborto e o casamento homoafetivo.

De acordo com o levantamento, 47% dos entrevistados disseram ser contra qualquer tipo de aborto. Até mesmo em caso de estupro ou de risco de morte à mãe ou ao bebê. Outros 45% disseram apoiá-lo em situações de ameaça à saúde e de estupro.

A união entre pessoas do mesmo sexo é rejeitada por 70%, enquanto 78% definem família como a união do homem com a mulher e seus filhos. “É um aspecto bastante tradicional e conservador de concepção de família. Algumas políticas do Haddad vão contra esses valores”, afirma.
Tathiana diz haver um confronto de valores dos evangélicos com programas implantados pelo prefeito, como o Transcidadania. A iniciativa oferece bolsa mensal de R$ 924 para recuperar travestis e transexuais em situação de vulnerabilidade social para, com isso, evitar a prostituição.

 Teologia da prosperidade

Os evangélicos neopentecostais da Assembleia de Deus e, principalmente, da Universal identificam o candidato do PRB como representante da "teologia da prosperidade". "A ideia de que ‘eu posso enriquecer nessa vida, porque Deus vai me ajudar’, ou seja, o discurso da prosperidade, a gente identifica mais no eleitorado do Russomanno", diz.

Doria é o preferido dos "evangélicos históricos", integrantes de igrejas tradicionais como a Batista e a Presbiteriana, mais atentos a temas relacionados ao trabalho. "Isso remete àquela ética calvinista da Inglaterra no início do capitalismo. O marketing político do Doria, que se apresenta como o ‘João trabalhador’, tem repercussão mais acentuada nesse público", compara.

A perda de fiéis pela Igreja Católica para correntes evangélicas na periferia de São Paulo, analisa a socióloga, tem feito a ideia de prosperidade a partir da fé superar aos poucos a Teologia da Libertação, corrente de viés social surgida no catolicismo da América Latina nos anos 1960.

A conclusão é a de que ainda não existe um líder evangélico com força suficiente para ter no fator religioso seu principal mote político para vencer na capital paulista. Mas pode ser questão de tempo. "Está se consolidando uma prática política que vai dando caldo para que as pessoas decidam (no futuro) pela orientação religiosa do candidato", sugere.

O artigo original poderá ser visto por meio do link abaixo:


Que Deus abençoe a todos.
Alexandros Meimaridis

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