quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

O BATISMO INFANTIL


Resultado de imagem para simonton e filhaSimonton - primeiro missionário presbiteriano no Brasil - e sua filha. Ao contrário da circuncisão, o símbolo da Nova Aliança é estendido também às nossas queridas filhas.

Introdução 

Como nosso artigo anterior, que pode ser visto através desse link aqui:


esse artigo também tem a intenção de apresentar uma análise bíblica do batismo infantil da perspectiva reformada. Novamente nossa intenção é pedir que todos leiam o mesmo procurando entender qual é a perfeita vontade de Deus.

I — Os Ataques ao Batismo Infantil

“O batismo infantil não é uma instituição Divina e o mesmo foi introduzido na igreja, pela presunção e depravada curiosidade dos homens e que tem sido posto em prática, unicamente, pela força da liderança e pela complacência estúpida do povo” - Confissão de fé dos Anabatistas em Schleitheim de 1527.

II — Determinando o Significado do Batismo

No que residem a força e a natureza do Batismo? Será no ato externo? Será na quantidade de água utilizada? Já temos visto, de forma exaustiva até, que o Batismo é apenas um sinal da graça de Deus e que o mesmo aponta para coisas maiores e sublimes. Desse modo, o Batismo nos relembra os fatos de termos sido completamente limpados — perdoados, purificados, santificados, justificados etc., de todos os nossos pecados e, da necessidade que temos de fazer morrer nossa natureza humana ou carnal, mediante a identificação com a morte do Senhor Jesus Cristo, além de servir como um testemunho da nossa fé diante dos homens em geral.

III — Batismo e Circuncisão

A Aliança com Abraão incluía todos os crentes de todas as eras e, não apenas seus descendentes físicos dele:

Gênesis 12:3

Em ti serão benditas todas as famílias da terra.

Gênesis 17:2

Farei uma aliança entre mim e ti e te multiplicarei extraordinariamente.

Gálatas 3:6—9

É o caso de Abraão, que creu em Deus, e isso lhe foi imputado para justiça. Sabei, pois, que os da fé é que são filhos de Abraão. Ora, tendo a Escritura previsto que Deus justificaria pela fé os gentios, preanunciou o evangelho a Abraão: Em ti, serão abençoados todos os povos. De modo que os da fé são abençoados com o crente Abraão.

Como é que a Aliança com Abraão foi selada? Que sinal externo Deus deu a Abraão de que a Aliança — Serei vosso Deus e vos me sereis povo — seria uma aliança firme e confiável? A resposta pode ser encontrada em versos como:

Gênesis 17:7

Estabelecerei a minha aliança entre mim e ti e a tua descendência no decurso das suas gerações, aliança perpétua, para ser o teu Deus e da tua descendência.

Gênesis 17:10—11

Esta é a minha aliança, que guardareis entre mim e vós e a tua descendência: todo macho entre vós será circuncidado. Circuncidareis a carne do vosso prepúcio; será isso por sinal de aliança entre mim e vós.

Gênesis 17:14

O incircunciso, que não for circuncidado na carne do prepúcio, essa vida será eliminada do seu povo; quebrou a minha aliança.

Mas a circuncisão era, como o batismo, apenas um sinal. O propósito do sinal era lembrar a Abraão e seus descendentes o seguinte:

Gênesis 17:1

Quando atingiu Abrão a idade de noventa e nove anos, apareceu-lhe o SENHOR e disse-lhe: Eu sou o Deus Todo-Poderoso; anda na minha presença e sê perfeito.

Seria bobagem pensar que a circuncisão em si, iria transformar alguém em perfeito diante de Deus. O mesmo é verdadeiro com relação ao batismo.

Deus, através de Moisés, deixou claro que Sua intenção era que:

Deuteronômio 30:6

O SENHOR, teu Deus, circuncidará o teu coração e o coração de tua descendência, para amares o SENHOR, teu Deus, de todo o coração e de toda a tua alma, para que vivas. 


Os profetas se apegaram à aliança para, repetidas vezes, chamarem o povo para o arrependimento e à verdadeira circuncisão:

Jeremias 4:4

Circuncidai-vos para o SENHOR, circuncidai o vosso coração.

A Apropriação que o Novo Testamento faz da circuncisão a favor do Batismo pode ser claramente vista em:

Colossenses 2:8—12

Cuidado que ninguém vos venha a enredar com sua filosofia e vãs sutilezas, conforme a tradição dos homens, conforme os rudimentos do mundo e não segundo Cristo; porquanto, nele, habita, corporalmente, toda a plenitude da Divindade. Também, nele, estais aperfeiçoados. Ele é o cabeça de todo principado e potestade. Nele, também fostes circuncidados, não por intermédio de mãos, mas no despojamento do corpo da carne, que é a circuncisão de Cristo, tendo sido sepultados, juntamente com ele, no batismo, no qual igualmente fostes ressuscitados mediante a fé no poder de Deus que o ressuscitou dentre os mortos.

IV – A diferença entre Batismo e Circuncisão é meramente externa

Como já vimos, batismo e circuncisão são sinais das mesmas verdades. Ambos ensinam o grande amor de Deus para conosco manifestado no perdão dos nossos pecados, na adoção de filhos e na promessa da vida eterna. Ambos nos exortam a assumirmos a nossa nova identidade de filhos regenerados e “andar na presença de Deus e ser perfeitos e fazer morrer nossa natureza carnal”. O fundamento tanto do batismo quanto da circuncisão é o mesmo: Jesus Cristo.  Não existe, portanto, nenhuma diferença no que diz respeito ao mistério — sacramento. A diferença que persiste é meramente na forma externa dos atos em si.

V – As crianças são participantes da Aliança

Neste item, devemos começar dizendo que todos aqueles que se opõe ao batismo infantil o fazem por estarem muito mais preocupados com o ato externo em si do que com o que ele representa.

No passado Deus jamais intencionou que as crianças fossem circuncidadas sem que fossem participantes em todas as coisas que eram representadas pela circuncisão — ver Gênesis 17:2.

Se assim não fosse, Deus teria enganado seu povo a acreditar em um símbolo vazio de conteúdo, o que é um verdadeiro absurdo!

É Deus mesmo quem declara que a circuncisão das crianças serviria como um selo da firmeza da promessa da aliança. E, se aliança — entre Deus e os homens — está firme hoje, as promessas por trás da mesma são tão válidas para nossos filhos como estavam para os filhos do Antigo Testamento.

Ou alguém irá tentar nos convencer que os filhos da Antiga Aliança tinham mais benefícios que nossos filhos que pertencem à Nova Aliança. Vejam na tabela abaixo a comparação dramática que Paulo fala das duas alianças:

2 Coríntios 3:1—18 — Note o contraste entre a Antiga e a Nova Aliança:

1 Começamos, porventura, outra vez a recomendar-nos a nós mesmos? Ou temos necessidade, como alguns, de cartas de recomendação para vós outros ou de vós?

2 Vós sois a nossa carta, escrita em nosso coração, conhecida e lida por todos os homens,

3 estando já manifestos como carta de Cristo, produzida pelo nosso ministério, escrita não com tinta, mas pelo Espírito do Deus vivente, não em tábuas de pedra, mas em tábuas de carne, isto é, nos corações.

4  E é por intermédio de Cristo que temos tal confiança em Deus;

5  não que, por nós mesmos, sejamos capazes de pensar alguma coisa, como se partisse de nós; pelo contrário, a nossa suficiência vem de Deus,

6  o qual nos habilitou para sermos ministros de uma nova aliança, não da letra, mas do espírito; porque a letra mata, mas o espírito vivifica.

7  E, se o ministério da morte, gravado com letras em pedras, se revestiu de glória, a ponto de os filhos de Israel não poderem fitar a face de Moisés, por causa da glória do seu rosto, ainda que desvanecente,

8  como não será de maior glória o ministério do Espírito!

9  Porque, se o ministério da condenação foi glória, em muito maior proporção será glorioso o ministério da justiça.

10  Porquanto, na verdade, o que, outrora, foi glorificado, neste respeito, já não resplandece, diante da atual sobreexcelente glória.

11 Porque, se o que se desvanecia teve sua glória, muito mais glória tem o que é permanente.

12 Tendo, pois, tal esperança, servimo-nos de muita ousadia no falar.

13 E não somos como Moisés, que punha véu sobre a face, para que os filhos de Israel não atentassem na terminação do que se desvanecia.

14 Mas os sentidos deles se embotaram. Pois até ao dia de hoje, quando fazem a leitura da antiga aliança, o mesmo véu permanece, não lhes sendo revelado que, em Cristo, é removido.

15 Mas até hoje, quando é lido Moisés, o véu está posto sobre o coração deles.

16 Quando, porém, algum deles se converte ao Senhor, o véu lhe é retirado.

17 Ora, o Senhor é o Espírito; e, onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade.

18 E todos nós, com o rosto desvendado, contemplando, como por espelho, a glória do Senhor, somos transformados, de glória em glória, na sua própria imagem, como pelo Senhor, o Espírito.

Note o resumo:

Antiga Aliança
Nova Aliança
Escrita com tinta
Escrita pelo Espírito Santo
Escrita sobre pedras
Escrita nos corações
Antiga Aliança da letra que mata
Nova Aliança do Espírito que vivifica
Ministério da morte
Ministério do Espírito
Glória desvanecente
Glória Maior
Ministério da condenação
Ministério da justiça
Algo que já não resplandece
Glória atual sobreexcelente
Algo que se desvanecia
Algo que é permanente
Moisés com o rosto coberto
Todos nós com o rosto descoberto

Então, se nossos filhos participam dos benefícios da aliança, por que deveriam ser impedidos de participar no símbolo? De um lado nós temos a palavra de Deus manifestada nas suas promessas e de outro nós temos um símbolo externo. A qual destes dois nós devemos valorizar mais?

VI – A diferença entre o Antigo e o Novo está apenas na forma da confirmação

A Aliança feita com Abraão, como representante do povo de Deus, continua válida para nós, nos dias de hoje. A forma de confirmar a Aliança pode ter mudado, mas a Aliança em si — Deus quer ser nosso Deus e Deus quer que sejamos povo de Deus — permanece — ver Gênesis 17:14.

Nossos filhos, por causa da aliança são chamados de “santos” — ver 1 Coríntios 7:14. Ora, se no passado Deus ordenou que sua aliança fosse imediatamente “selada” nos infantes — literalmente ao oitavo dia do nascimento — que desculpa podemos nós inventar para não “selarmos” nossos filhos como uma forma de testemunho nos dias de hoje?

É fato que a circuncisão foi abolida, mas o motivo ou razão pela qual ela foi instituída — que é servir como sinal — ainda permanece. A Aliança entre Deus e nós permanece, e a razão para ter a Aliança confirmada também. A única coisa que muda é a FORMA como a Aliança é confirmada. Ou será que aos judeus, da Antiga Aliança, foram concedidos maiores benefícios que a nós, participantes da Nova Aliança, que foi feita “no sangue do próprio filho de Deus?

Que Deus abençoe a todos.

Alexandros Meimaridis

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Desde já agradecemos a todos. 

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