segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

INTRODUÇÃO AO PENTATEUCO - PARTE 6 - FINAL



Este estudo é parte de uma breve introdução ao Antigo Testamento. Nosso interesse é ajudar todos os leitores a apreciarem a rica herança que temos nas páginas da Antiga Aliança. No final de cada estudo o leitor encontrará direções para outras partes desse estudo 

Capítulo 4 – Introdução ao Pentateuco – Parte 6

O Nascimento do Povo de Deus

שְׁמַע יִשְׂרָאֵל יְהוָה אֱלֹהֵינוּ יְהוָה אֶחָד
                    Ehad   Adonai  Eloheinu   Adonai   Israel     Shemá                       
              
                   Um é  O SENHOR Nosso Deus O SENHOR Israel Ouve               



Deuteronômio 6:4

V. Resposta às Teorias Críticas Modernas.

 
Ernst Wilhelm Hengstenberg

As Teorias Críticas Modernas não ficaram sem receber respostas à altura por parte de estudiosos que não se distanciaram do sobrenatural e que acreditavam na inspiração divina da Bíblia. Entre estes podemos citar o alemão Ernst Wilhelm Hengstenberg que liderou a ala conservadora dos estudiosos da Bíblia na Alemanha. Ele foi um hábil defensor da autoria Mosaica de todos os cinco livros do Pentateuco e refutou, de maneira brilhante, todos os argumentos que alegavam a existência de diversos documentos que teriam dado origem ao Pentateuco. Sua obra mais importante foi traduzida para o inglês em 1847 sob o título The Genuineness of The Pentateuch – A Genuinidade do Pentateuco. Hengstenberg exerceu profunda influência sobre Friedrich Keil que se tornou o mais importante estudioso conservador da área do Antigo Testamento de toda a Alemanha na segunda metade do século XIX. Conforme mencionamos anteriormente Friedrich Keil juntamente com Franz Delitzsch produziu um dos mais excelentes, robustos e permanentes comentários de todo o Antigo Testamento que continua a ser publicado até os dias de hoje.

 
Friedrich Keil

Do outro lado do Oceano Atlântico, nos Estados Unidos da América do Norte, os professores Joseph Addison Alexander e William Henry Green, do Seminário Presbiteriano de Princeton no estado de Nova Jersey, sustentaram as mesmas posições de Hengstenberg e submeteram toda a escola documentária a uma análise – crítica – devastadora que continua sem uma resposta apropriada por parte dos proponentes e defensores da Hipótese Documentária.
Joseph Addison Alexander

 
William Henry Green

A. O Racionalismo, o Empirismo e o Iluminismo e o Distanciamento do Sobrenatural.

Após a Renascença e a Reforma protestante, o segundo grande período na história do pensamento moderno é representado pelo Racionalismo e pelo Empirismo: essas duas tendências paralelas que abrangem os séculos XVII e XVIII culminaram no Iluminismo. Tanto o Racionalismo como o Empirismo se caracterizaram pelo fenomenismo e pelo subjetivismo que seriam mais tarde sintetizados na filosofia do alemão Immanuel Kant. Destes dois movimentos especulativos, o Racionalismo representado por René Descartes, Baruque Spinosa, Nicolau Malebranche, Guilherme Leibniz e Cristiano Wolf é originalmente francês e segue a lógica e a clareza do espírito francês. Por sua vez o Empirismo de Francis Bacon, Tomás Hobbes, João Locke, George Berkeley e David Hume é propriamente inglês, pois corresponde à índole positiva e prática da mentalidade anglo-saxônica. 

Todos os críticos que mencionamos anteriormente eram completamente racionalistas — não acreditavam nem aceitavam o sobrenatural — e haviam descartado por completo a fé em Deus e em Jesus Cristo, a quem Deus enviou a este mundo. Seguindo os pressupostos racionalistas adotaram o método crítico e a atitude demolidora da tradição. A tudo isso, se junte a contribuição do Iluminismo que tinha como propósito central reconstruir toda a realidade. Pronto! Todo o cenário está preparado para o advento dos teóricos que querem explicar todas as coisas racionalmente e empiricamente reconstruindo a realidade instaurando a luz, a evidência, a clareza e a distinção da razão. Para estes senhores a Bíblia não passava de um produto rigorosamente humano. A Bíblia era apenas um estágio na evolução literária de um povo religioso. Para eles a Bíblia era o resultado da combinação fortuita de mitos Orientais associados a lendas antigas descritas com o uso de uma linguagem pomposa e muito eloquente. Certamente, para eles. A Bíblia não havia sido dada por inspiração de Deus e não consistia na Palavra do Deus Vivo e Verdadeiro. Mas a Bíblia fala de si mesma em outros termos:

2 Pedro 1:21 — Porque nunca jamais qualquer profecia foi dada por vontade humana; entretanto, homens santos falaram da parte de Deus, movidos pelo Espírito Santo.


Hebreus 1:1—2 — Havendo Deus, outrora, falado, muitas vezes e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, nestes últimos dias, nos falou pelo Filho, a quem constituiu herdeiro de todas as coisas, pelo qual também fez o universo.

Mas uma vez que estes homens se recusaram a aceitar a Bíblia como revelação direta de Deus, sentiram-se livres para elaborar suas hipótese ad libitum – à seu bel prazer. Como estavam cada vez mais distantes da crença no sobrenatural, precisavam então desenvolver suas hipóteses visando construir uma teoria que liquidasse, de uma vez, com a possibilidade de qualquer ação sobrenatural na composição dos livros da Bíblia. A falta de fé foi, portanto, o antecedente e não a consequência de suas ações.

Com tudo isso, o que esses críticos realmente conseguiram foi:

1. Um Pentateuco totalmente desacreditado.

De acordo com os críticos os documentos usados para formar a colcha de retalhos em que se constitui o “Pentateuco” deles estão repletos de inconsistências e encontram-se, indubitavelmente, incompletos. Mas, quão incompletos? São incapazes de nos dizer. Quanto dos alegados “documentos originais” está faltando? E quando, onde, como e por quem este material foi removido? Teria sido obra de algum ladrão o sumiço das partes? Ou foi algum copista que bagunçou os documentos? Ou teria sido algum editor o responsável pela falsificação. Nada nos é informado. Todavia os críticos afirmam categoricamente que podem identificar no corpo do Pentateuco os seguintes tipos de materiais: 

·       Material provavelmente original e verdadeiro. 

·       Material certamente duvidoso. 

·       Material positivamente espúrio. 

Assim a conclusão a que chegam é que as narrativas do Pentateuco são, geralmente, confiáveis, apesar de estarem eivadas de elementos míticos e lendários. Os milagres descritos no Pentateuco não passam de exageros feitos posteriormente. Quando o assunto trata, de forma específica dos primeiros 11 capítulos do livro do Gênesis, a posição é a seguinte: todo o material contido nos primeiros 11 capítulos do livro do Gênesis não passa de uma composição de material original misturado com mitos e lendas antigas e estão completamente desprovidos de qualquer valor histórico. Gênesis 1—11 será objeto de uma outra série a ser publicada por nós.

2. Um Antigo Testamento totalmente desacreditado.

O resto do Antigo Testamento não ficou impune nas mãos dos críticos. Para eles os Salmos não foram compostos por Davi e seus contemporâneos e sim por alguns judeus anônimos durante o período dos Macabeus, após o retorno do exílio na Babilônia. O livro do Eclesiastes foi escrito por não se sabe quem, nem quando, nem como. O Cântico dos Cânticos não passa de um poema humano e carnal e não há nada de inspirado nele. O livro de Isaías foi escrito até o capítulo 39 por alguém que pretendia se passar pelo próprio profeta, mas não era ele na realidade. Os capítulos 40 a 66 de Isaías são atribuídos a outro autor ou autores. Alguns alegam que o livro de Isaías é realmente a soma de três obras diversas produzidas por vários autores. O livro de Ester não acrescenta absolutamente nada e não é sequer histórico. O livro de Daniel não passa de material positivamente pseudoepigáfico produzido no segundo século a.C., i.e., distante cerca de 400 anos de quando os fatos teriam realmente acontecido. Outros livros do Antigo Testamento tais como os dos profetas Jonas e Zacarias são classificados como sendo quase fraudulentos. O livro de Provérbios é composto de material que reflete a sabedoria da época e certamente não foi escrito e nem sequer compilado por Salomão. Diante de todas estas abusivas afirmações temos que destacar que todas elas foram feitas por homens que declaravam acreditar na inspiração divina da Bíblia. Durma-se com um barulho destes!

3. Uma Bíblia totalmente desacreditada.

Quando lemos o Novo Testamento não temos a menor dúvida que Jesus e os Apóstolos aceitaram todo o Antigo Testamento, como o conheciam e que é exatamente o Antigo Testamento adotado pelos protestantes a partir da Reforma, como sendo divinamente inspirado em cada uma de suas porções e em todas as suas partes do primeiro versículo do Gênesis até o último versículo do profeta Malaquias. Assim temos que para Jesus e os Apóstolos o Antigo Testamento consistia a própria palavra do Deus ETERNO. Seguindo este exemplo a Igreja Cristã de todos os tempos tem declarado que a Bíblia é a Palavra de Deus. Que a Bíblia é completamente inspirada. Isto quer dizer a Bíblia não contém a Palavra de Deus, ela é a Palavra de Deus. Nem tudo está revelado, mas tudo o que está revelado é inspirado. Existem várias teorias acerca da inspiração — ver o capítulo 1 desta série para maiores detalhes. Mas independente das hipóteses levantadas pelas teorias acerca da inspiração uma verdade permanece constante em todas elas: as Escrituras Sagradas contidas na Bíblia chegaram até nós por inspiração direta do Espírito Santo de Deus e por este motivo são completas em autoridade, veracidade e dignas de toda confiança.

Mas para os críticos, a Bíblia não pode mais ser vista pela ótica acima. E isso, por um simples motivo: a Bíblia não é a palavra de Deus como entendida historicamente pela igreja. Não é a Palavra de Deus no sentido que toda ela nos chegou por inspiração divina. A Bíblia, para os críticos, contém a palavra de Deus. Em muitas partes a Bíblia não passa de um livro tão comum quanto qualquer outro pedaço de literatura produzida pela humanidade. Até mesmo onde a Bíblia pretende contar a história, em muitas partes ela não é confiável. Muitas partes da Bíblia não passam de refinadas invencionices que nada possuem de históricas. Assim o que resta é apenas a conclusão subjetiva do crítico para nos ajudar a determinar o que é verdadeiro daquilo que é falso.

4. Nenhuma Autoridade Final ou Definitiva Permanece.

Outra e muito séria consequência da chamada Alta Crítica é a ameaça que a mesma representa a todo sistema doutrinário da Igreja Cristã e que está centrado na Teologia Sistemática. Pois é consenso até os dias de hoje que qualquer parte da Bíblia pode ser aceita como texto de prova para o estabelecimento de qualquer verdade cristã ou ensino e que a afirmação bíblica normalmente significa o fim de qualquer controvérsia. Os sistemas doutrinários sejam Batistas, Anglicanos, Metodistas ou Presbiterianos estão completamente baseados no fato de que a Bíblia é a Palavra de Deus e contém somente a verdade, toda a verdade e nada além da verdade. Estes sistemas aceitam que tanto o Antigo como o Novo Testamento foram outorgados por Deus e possuem o selo de garantia do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Todas as doutrinas da Igreja Cristã, das mais importantes até as menos importantes estão baseadas nestes fatos e nestas verdades. Nenhum texto foi questionado. Nenhum livro foi colocado em dúvida. A Bíblia como um todo foi sempre recebida por todos os que ajudaram a construir o edifício da Teologia Sistemática como sendo inspirada por Deus na totalidade dos seus textos no que imitaram o próprio Senhor Jesus e Seus Apóstolos.

B. A Fé da Igreja com Respeito ao Pentateuco

A Igreja Cristã declara crer que o Pentateuco é uma composição consistente, coerente, autêntica e genuína, inspirado por Deus e que de acordo com o testemunho dos judeus, das afirmativas contidas nos próprios livros do Pentateuco, das reiteradas afirmativas encontradas nos outros livros do Antigo Testamento e das afirmações explícitas do Senhor Jesus — ver Lucas 24:22 e João 5:46—47 — foi escrito por Moisés no período aproximado de 1400 anos a.C. O Pentateuco é uma das partes mais importantes da Bíblia porque se constitui na secção introdutória da revelação divina trazendo a “marca” da autoridade de Deus através da inspiração do Seu servo Moisés. Esta tem sido a posição histórica da Igreja Cristã concernente aos Livros de Moisés ou Pentateuco.

C. O Que Podemos Dizer Acerca da Autoridade de Cristo com Respeito à Autoria do Pentateuco?

A atitude de Jesus Cristo com respeito ao Antigo Testamento deve nortear nossas próprias atitudes. Jesus é Deus. Jesus é a verdade. Jesus é o supremo juiz! Jesus é a última autoridade. Não existe nenhuma possibilidade de apelação que vá além do Senhor Jesus. Quando o assunto é o Antigo Testamento o veredicto do Senhor Jesus é: “A seguir, Jesus lhes disse: São estas as palavras que eu vos falei, estando ainda convosco: importava se cumprisse tudo o que de mim está escrito na Lei de Moisés, nos Profetas e nos Salmos – Lucas 24:44”. Temos que reafirmar mais uma vez que o cânon ou conjunto de livros que compõe o Antigo testamento nos dias de hoje é rigorosamente o mesmo que compunha o Antigo Testamento nos dias de Cristo. O Senhor Jesus acreditava e reafirmou de forma enfática sua crença que Moisés era o autor do Pentateuco – ver:

Mateus 5:17—18.

17 Não penseis que vim revogar a Lei ou os Profetas; não vim para revogar, vim para cumprir.
18 Porque em verdade vos digo: até que o céu e a terra passem, nem um i ou um til jamais passará da Lei, até que tudo se cumpra.

Marcos 12:26—36.

26 Quanto à ressurreição dos mortos, não tendes lido no Livro de Moisés, no trecho referente à sarça, como Deus lhe falou: Eu sou o Deus de Abraão, o Deus de Isaque e o Deus de Jacó?

27 Ora, ele não é Deus de mortos, e sim de vivos. Laborais em grande erro.

28 Chegando um dos escribas, tendo ouvido a discussão entre eles, vendo como Jesus lhes houvera respondido bem, perguntou-lhe: Qual é o principal de todos os mandamentos?

29 Respondeu Jesus: O principal é: Ouve, ó Israel, o Senhor, nosso Deus, é o único Senhor!

30 Amarás, pois, o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu entendimento e de toda a tua força.

31 O segundo é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Não há outro man amento maior do que estes.

32 Disse-lhe o escriba: Muito bem, Mestre, e com verdade disseste que ele é o único, e não há outro senão ele,

33 e que amar a Deus de todo o coração e de todo o entendimento e de toda a força, e amar ao próximo como a si mesmo excede a todos os holocaustos e sacrifícios.

34 Vendo Jesus que ele havia respondido sabiamente, declarou-lhe: Não estás longe do reino de Deus. E já ninguém mais ousava interrogá-lo.

35 Jesus, ensinando no templo, perguntou: Como dizem os escribas que o Cristo é filho de Davi?

36 O próprio Davi falou, pelo Espírito Santo: Disse o Senhor ao meu Senhor: Assenta-te à minha direita, até que eu ponha os teus inimigos debaixo dos teus pés.

Lucas 16:31.

Abraão, porém, lhe respondeu: Se não ouvem a Moisés e aos Profetas, tampouco se deixarão persuadir, ainda que ressuscite alguém dentre os mortos.

João 5:46—47 — Sábias palavras que permanecem verdadeiras e atuais!

46 Porque, se, de fato, crêsseis em Moisés, também creríeis em mim; porquanto ele escreveu a meu respeito.

47 Se, porém, não credes nos seus escritos, como crereis nas minhas palavras?

D. As Evidências Positiva Contidas no Próprio Pentateuco.

Antes de analisarmos as evidências positivas que apontam para Moisés como o autor do Pentateuco um esclarecimento faz-se necessário. Quando dizemos que Moisés é o autor do Pentateuco nós não estamos querendo dizer que Moisés escreveu todo o conteúdo do Pentateuco com suas próprias mãos. Por outro lado, não estamos negando a existência de acréscimos feitos ao Pentateuco por editores posteriores à morte de Moisés. Este é o caso do capítulo 34 de Deuteronômio que descreve a morte de Moisés. Mas como já mencionamos não existe nenhuma afirmativa no Pentateuco que Moisés fosse o autor do texto que descreve sua própria morte. Também não temos nenhuma dificuldade de aceitar que boa parte do livro do Gênesis foi composta de documentos pré-existentes dos quais a história contada em Gênesis 14 é um exemplo. Mas, nenhum destes fatos afetam a proposição geral de que Moisés foi mesmo o autor do Pentateuco. As seguintes evidências positivas atestam e sustentam de maneira poderosa a autoria Mosaica do Pentateuco:

Tell-el-Amarna

·       A Era em que Moisés viveu foi uma época que teve sua literatura marcada por códigos legais como o que encontramos no Pentateuco. Seria muito estranho se o líder de uma nação daqueles dias não tivesse produzido um código de leis para regular as relações entre seus cidadãos. A biblioteca encontrada em Tell-el-Amarna no Egito e que continha parte dos arquivos reais dos Faraós Aménofis III e Aménofis IV da Décima — Oitava dinastia c. 1480 a 1460 a.C., e o Código de Hamurabi, já discutido anteriormente são exemplos destas práticas literárias. Era de se esperar que Moisés que fora educado em toda cultura egípcia estivesse familiarizado com estas práticas.


·       O Pentateuco descreve de maneira perfeita as condições existentes no Egito no período designado, algo que torna praticamente impossível aceitarmos o argumento de que tivesse sido produzido 400, 800 ou 1200 anos depois dos dias de Moisés, como querem os críticos.


·       Ao item anterior precisamos somar o fato de que o Pentateuco descreve a vida no deserto de maneira tão perfeita que muitas das leis transmitidas por Moisés naqueles dias estão completamente adaptadas ao àquele tipo de vida. Seria realmente inacreditável que pessoas vivendo mil anos depois tivessem a capacidade de imaginar como era a vida peregrinando no deserto.


·       As próprias leis contidas no Pentateuco trazem marcas indeléveis do fato de que foram adaptadas para aquele estágio da vida da nação de Israel.

William Warburton


·       O bispo William Warburton[1] da Igreja Anglicana foi o primeiro a notar, já no século XVIII que o Pentateuco não elabora acerca da vida futura i.e., da vida após a morte. Os egípcios possuíam uma extensa e bem elaborada teologia acerca da vida após a morte. Entre estes materiais, o mais importante, é o chamado “Livro dos Mortos do Egito Antigo”. Neste livro encontramos uma série de encantamentos ou fórmulas mágicas que deveriam ser colocadas nos túmulos, pois acreditava-se que as mesmas poderiam ser úteis aos falecidos em suas vidas após a morte. As diversas cópias que existem nos dias de hoje, deste material, nos mostram um total de aproximadamente 200 capítulos. O nome original deste tratado era “Os Capítulos Acerca do Dia Vindouro”. O título moderno de “Livro dos Mortos do Egito Antigo” foi dado pelo egiptólogo alemão Karl Richard Lepsius em 1842. Deus havia dado ordens bem claras ao povo de Israel que não era para eles imitarem nem as práticas nem os costumes do Egito, de onde eles estavam saindo, nem as práticas e os costumes dos povos que habitavam a terra que eles iriam ocupar. Ora, conhecendo os corações humanos e sabendo da nossa natural inclinação para especular acerca da vida depois da morte, é realmente impressionante que o Pentateuco não faça nenhuma referência às práticas tão comuns que existiam no Egito Antigo com respeito a este assunto. A única explicação plausível para este fato é que Moisés obedeceu à ordem de Deus e deixou de fora toda e qualquer idéia que pudesse lembrar as práticas abomináveis do Egito.

 
Livro dos Mortos


·       Quando analisamos a lista de animais puros e impuros, encontramos entre as aves uma ausência que é realmente notória – ver Levítico 11:13—19 e Deuteronômio 14:11—18. Esta ausência é representada pelos galináceos. É isto mesmo! Nos dias de Moisés, do êxodo do Egito e da peregrinação no deserto as galinhas domesticadas ainda não haviam sido introduzidas no Oriente Próximo ou Médio. Elas só iriam aparecer, originárias da Índia, por volta do ano 1000 a.C., i.e. cerca de 400 anos depois da saída do povo de Israel do Egito. 

·       Outros estudiosos notaram que não existe no Pentateuco nenhuma citação a três elementos extremamente significativos. Eles são: 

Ø  Não há no Pentateuco nenhuma menção à cidade de Jerusalém! 

Ø  Não há no Pentateuco nenhuma menção à música associada à liturgia do Tabernáculo!! 

Ø  Não há no Pentateuco nenhuma passagem onde Deus é chamado de o SENHOR dos Exércitos!!! 

Estes três elementos são importantes porque todos eles são temas importantes na Bíblia, mas nunca são mencionados no Pentateuco. A cidade de Jerusalém é mencionada a primeira vez no livro de Josué — ver Josué 10:1. Somente bem mais tarde, com a ascensão de Davi ao trono da nação de Israel, é que Jerusalém veio a ser escolhida como a capital do reino!  A música, seja tocada seja cantada, como sabemos, foi introduzida no culto a Deus pelo rei Davi. E a expressão SENHOR dos Exércitos foi usada pela primeira vez pelo Sacerdote e Profeta Samuel — ver 1 Samuel 1:3. Estes três fatos que acabamos de mencionar são da maior importância para esta nossa discussão pelo seguinte: se o Pentateuco tivesse mesmo sido escrito durante os dias do rei Davi seria realmente inevitável a citação da cidade de Jerusalém, a indicação da existência de música na liturgia do Tabernáculo e certamente Deus teria sido chamado de SENHOR dos Exércitos!

·       Outro fato que deve ser destacado tem a ver com a subordinação dos milagres descritos no Pentateuco às graves situações históricas vividas pelo povo de Israel. Esta subordinação, onde milagres não acontecem por acaso e sim por uma necessidade histórica deixam claro a genuinidade da narrativa. Milagres no Pentateuco aparecem exclusivamente em junções históricas bem definidas. 

Diante das evidências apresentadas — pontos 1 a 8 acima — nós que defendemos a autoria Mosaica do Pentateuco não precisamos aceitar nenhum tipo de intimidação feita pelos críticos da Bíblia que querem desacreditar a Palavra de Deus. Nós podemos desafiar suas pressuposições, negar suas conclusões e ressentirmos sua arrogância. Todos aqueles que continuam ensinando estas invencionices, seja nas salas de aula dos seminários, seja através de livros ou de revistas de escola dominical, precisam responder às inquirições de suas próprias consciências da melhor forma possível. Mesmo assim precisam ser gravemente advertidos que estão assumindo grandes e graves responsabilidades ao se colocarem como líderes dos cegos, quando eles mesmos são incapazes de enxergar.

VI. As Falsas Conclusões dos Críticos à Luz da Própria Bíblia.

Vamos ouvir e prestar muita atenção ao que a própria Bíblia tem a dizer acerca da sua própria inspiração e acerca de falsos mestres:

·       2 Pedro 1:21 — Porque nunca jamais qualquer profecia foi dada por vontade humana; entretanto, homens santos falaram da parte de Deus, movidos pelo Espírito Santo. 

·       2 Timóteo 3:16—17 — Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra. 

·       Gálatas 1:11—12 — Faço -vos, porém, saber, irmãos, que o evangelho por mim anunciado não é segundo o homem, porque eu não o recebi, nem o aprendi de homem algum, mas mediante revelação de Jesus Cristo. 

·       Romanos 1:16—6 — Pois não me envergonho do evangelho, porque é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê, primeiro do judeu e também do grego. 

·       Atos 20:30 — E que, dentre vós mesmos, se levantarão homens falando coisas pervertidas para arrastar os discípulos atrás deles. 

·       2 Pedro 2:1 — Assim como, no meio do povo, surgiram falsos profetas, assim também haverá entre vós falsos mestres, os quais introduzirão, dissimuladamente, heresias destruidoras, até ao ponto de renegarem o Soberano Senhor que os resgatou, trazendo sobre si mesmos repentina destruição. 

·       1 Coríntios 1:20—21 — Onde está o sábio? Onde, o escriba? Onde, o inquiridor deste século? Porventura, não tornou Deus louca a sabedoria do mundo? Visto como, na sabedoria de Deus, o mundo não o conheceu por sua própria sabedoria, aprouve a Deus salvar os que crêem pela loucura da pregação. 

·       Colossenses 2:4—8 — Assim digo para que ninguém vos engane com raciocínios falazes. Pois, embora ausente quanto ao corpo, contudo, em espírito, estou convosco, alegrando-me e verificando a vossa boa ordem e a firmeza da vossa fé em Cristo. Ora, como recebestes Cristo Jesus, o Senhor, assim andai nele, nele radicados, e edificados, e confirmados na fé, tal como fostes instruídos, crescendo em ações de graças. Cuidado que ninguém vos venha a enredar com sua filosofia e vãs sutilezas, conforme a tradição dos homens, conforme os rudimentos do mundo e não segundo Cristo. 

·       1 Coríntios 3:19 — Porque a sabedoria deste mundo é loucura diante de Deus; porquanto está escrito: Ele apanha os sábios na própria astúcia deles – citação de Jó 5:13 contendo palavras de Elifaz, amigo de Jó. 

·       1 Coríntios 2:5 — A minha palavra e a minha pregação não consistiram em linguagem persuasiva de sabedoria, mas em demonstração do Espírito e de poder, para que a vossa fé não se apoiasse em sabedoria humana, e sim no poder de Deus. 

·       1 Coríntios 2:12—13 — Ora, nós não temos recebido o espírito do mundo, e sim o Espírito que vem de Deus, para que conheçamos o que por Deus nos foi dado gratuitamente. Disto também falamos, não em palavras ensinadas pela sabedoria humana, mas ensinadas pelo Espírito, conferindo coisas espirituais com espirituais. 

·       Colossenses 1:21 — E a vós outros também que, outrora, éreis estranhos e inimigos no entendimento pelas vossas obras malignas. 

·       2 Coríntios 10:4—5 — Porque as armas da nossa milícia não são carnais, e sim poderosas em Deus, para destruir fortalezas, anulando nós sofismas e toda altivez que se levante contra o conhecimento de Deus, e levando cativo todo pensamento à obediência de Cristo. 

·       Gálatas 1:9 — Assim, como já dissemos, e agora repito, se alguém vos prega evangelho que vá além daquele que recebestes, seja anátema. 

·       2 João 7—11 — Porque muitos enganadores têm saído pelo mundo fora, os quais não confessam Jesus Cristo vindo em carne; assim é o enganador e o anticristo. Acautelai-vos, para não perderdes aquilo que temos realizado com esforço, mas para receberdes completo galardão. Todo aquele que ultrapassa a doutrina de Cristo e nela não permanece não tem Deus; o que permanece na doutrina, esse tem tanto o Pai como o Filho. Se alguém vem ter convosco e não traz esta doutrina, não o recebais em casa, nem lhe deis as boas-vindas. Porquanto aquele que lhe dá boas-vindas faz-se cúmplice das suas obras más. 

·       Lucas 11:52 — Ai de vós, intérpretes da Lei! Porque tomastes a chave da ciência; contudo, vós mesmos não entrastes e impedistes os que estavam entrando. 

VII. Conclusão

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F. Bettex

No início do século XX o professor F. Bettex da Universidade de Stuttgart na Alemanha escreveu as seguintes palavras:

“Devemos repudiar e condenar, de maneira veemente, todas as teorias dos críticos modernos. Por quê? Porque não tem absolutamente nada para nos oferecer. Porque nos tiram absolutamente tudo que foi sempre sustentado como fiel e verdadeiro pela Igreja em todas as eras. Existe algo no trabalho dos críticos que possamos aproveitar? Não, pois em suas obras não encontramos nem ajuda para esta vida nem conforto para a morte. E mais, não seremos julgados na vida futura por estes críticos. Para manter nossa fé na Bíblia não precisamos da aprovação de homem nenhum. Nós não iremos tentar aprimorar as Escrituras Sagradas para conformá-las ao nosso gosto. Vamos sim, crer nelas sem vacilar. Não iremos criticá-las, mas pelo contrário deixaremos nos guiar pelas mesmas. Não pretenderemos exercer autoridade sobre a Palavra de Deus, mas iremos nos submeter a ela. Nós iremos confiar naquele que é o caminho, a verdade e a vida. Suas palavras, conforme nos prometeu, irão nos libertar!”

Façamos nossas as palavras do apóstolo Pedro: Respondeu-lhe Simão Pedro: Senhor, para quem iremos? Tu tens as palavras da vida eterna; e nós temos crido e conhecido que tu és o Santo de Deus – João 6:68—69. Ouçamos as palavras do Senhor: Venho sem demora. Conserva o que tens, para que ninguém tome a tua coroa – Apocalipse 3:11.

APÊNDICE A

Descrição dos Quatro Documentos da Hipótese Documentária

Documento J — Este documento teria sido produzido por volta do ano 850 a.C. por um autor anônimo no Reino de Judá. Este editor demonstra um grande interesse em biografias pessoais caracterizadas por descrições vívidas do caráter dos envolvidos. Ele se refere a Deus, normalmente, em termos antropomórficos i.e., como se Deus possuísse um corpo humano e como alguém que reflete as paixões típicas de um ser humano além de manter uma comunhão muito próxima com Suas criaturas. Este escriba também possuía um interesse em reflexões ético-teológicas como as que vemos manifestadas em profetas como Isaías, Jeremias, Ezequiel, Oséias e Amós. Este redator, todavia, não demonstra nenhum interesse nos sacrifícios rituais. Neste alegado documento “J” podemos encontrar as narrativas tratando dos eventos que aconteceram entre a criação e a entrada do povo de Israel na terra de Canaã. O tipo de material produzido é considerado de proporções épicas compatíveis com as que encontramos no compositor grego Homero. Este documento é também intensamente nacionalista e procura engrandecer as atividades dos patriarcas da nação de Israel.

Documento E — Este documento teria sido escrito por volta de 750 a.C. por um escriba desconhecido no reino do norte chamado de reino de Israel. Este escriba era mais objetivo do que o autor do Documento J e seu estilo narrativo não manifesta a mesma ênfase quanto o assunto é reflexão ético-teológica. Para este escriba o que era realmente importante eram a origem dos nomes e os costumes culturais dos Israelitas. No livro de Gênesis, o autor de “E” demonstra certo interesse em rituais e adoração e apresenta Deus se comunicando através de sonhos e visões no lugar das diretas manifestações antropomórficas apresentadas pelo Documento J. Nos livros do Êxodo, Levítico e Números o autor de “E” procura exaltar a Moisés como um personagem singular que realiza grandes milagres e como alguém com quem Deus mantém comunicação direita.

Por volta de 650 a.C. outro redator ou escriba desconhecido combinou os Documentos J e E formando um único documento chamado de “J-E”.

Documento D — Este documento teria sido composto, provavelmente, sob a direção do sumo sacerdote Hílquias como parte oficial do programa de reforma religiosa patrocinada pelo rei Josias durante o reavivamento do ano 621 a.C. O propósito deste documento era convencer todos os cidadãos de Judá a abandonarem seus santuários locais ou “lugares altos”, e trazer todos os sacrifícios e contribuições religiosas ao templo em Jerusalém. Este documento teria sido, de forma geral, grandemente influenciado pelo movimento profético dos séculos VII e VI a.C. e, de forma especial, pelo profeta Jeremias. Membros desta mesma escola chamada de Deuteronomista, teriam mais tarde, reescrito todo o conteúdo dos livros de Josué, Juízes, Samuel e Reis.

Documento P — Este documento teria sido composto em vários estágios. Teria começado com o profeta Ezequiel a quem é atribuído o assim chamado de “Código de Santidade” que compõe os capítulos 17 a 26 do livro de Levítico e que teria sido produzido por volta de 570 a.C., e foi chamado de Documento H. A este material teria sido acrescentado a produção literária do escriba Esdras. Sob a liderança de Esdras as últimas porções teriam sido acrescentadas ao Documento P e à Torá como um todo. O Documento P está particularmente interessado em descrever os detalhes acerca da origem e das instituições da teocracia em Israel. Manifesta também grande interesse nas origens, em listas genealógicas e detalhes acerca dos sacrifícios rituais.


APENDICE B

Lista de Pássaro Impuros e Impróprios para o Consumo de Acordo com Levítico 11 e Deuteronômio 14.

Existem 21 — vinte-e-uma variedades de pássaros cujo consumo é proibido ao povo de Deus, incluindo-se o morcego. Não existe, todavia, nenhuma marca comum entre estas variedades. A grande maioria, entretanto, é constituída de aves que se alimentam de outros animais ou de carniça de outros animais. Todos os animais mencionados no texto bíblico em hebraico são nativos do oeste da Ásia.

1. Águia — Qualquer das aves de rapina falconiformes, acipitrídeas, do gênero Aquila, notáveis pelo tamanho, vigor, acuidade de visão, e capacidade de vôo; não ocorrem na América do Sul.

2. Quebrantosso — Águia barbada — Gypaetos barbatus.

3. Águia Marinha — Haliaeetus pelagicus

4. Milhano — Também chamado de milhafre é uma ave de rapina européia, falconídea — Milvus milvus.

5. Falcão — Qualquer das aves de rapina diurnas, falconídeas, como, por ex., o falcão-peregrino.  Qualquer das aves de rapina falconídeas conhecidas, no Brasil, como gavião.   

6. Corvo — O gênero-tipo da família dos corvídeos, que reúne cerca de 40 espécies de aves passeriformes de porte relativamente grande, que emitem voz que é um grasnido áspero, desagradável, são muito ativas, têm coloração geralmente preta, e são onívoras.  Qualquer espécie desse gênero, como, por exemplo, a Corvus brachyrhynchos, o corvo comum da América do Norte. No Brasil: Urubu.

7. Avestruz — Ave estrutioniforme, cursora, gênero Struthio, com seis espécies conhecidas. Tem as asas rudimentares e apenas dois dedos em cada pé, e é onívora; vive em zonas semidesérticas, na Arábia e na África. Atualmente é a maior das aves, sendo a espécie S. camelus a mais comum, da África do Norte até a Arábia.

8. Coruja — Designação comum às aves estrigiformes, especialmente as de maior porte, titonídeas e estrigídeas. São noturnas, de plumagem mole, e em geral preferem como alimento os pequenos mamíferos, sobretudo roedores, dos quais vomitam, depois, os pêlos e parte dos ossos.

9. Gaivota — Designação comum às aves caradriiformes larídeas, especialmente dos gêneros Larus, Phaetusa e Thalasseus. A gaivota comum, Larus maculipennis, ocorre na costa atlântica da América meridional, e dela há quatro espécies no Brasil; tem coloração branco-acinzentada, mais escura no dorso, algumas penas negras nas asas, bico e pés avermelhados, alimenta-se de pequenos peixes e toda sorte de detritos do mar, e o macho, no período da procriação, ostenta a cabeça preta.

10. Gavião — Qualquer das aves de rapina diurnas, falconiformes, acipitrídeas, falconídeas; em sua maioria, alimentam-se de presas vivas, inclusive aves, répteis, pequenos mamíferos, e até invertebrados, tais como insetos e moluscos.

11. Mocho — Designação vulgar das corujas ou caburés sem penacho ou tufo de penas na cabeça. Atualmente se aplica este nome, de maneira geral, às espécies de bubonídeos, especialmente as dos gêneros Pulsatrix, Ciccaba e Glaucidium.

12. Corvo—marinho — Ave passeriforme, falacrocoracídea — Phalacrocorax olivaceus — que ocorre nos grandes rios e costas marítimas da América central e meridional, de coloração preta, dorso alto e parte das rêmiges do braço cinzento—escuros, penas marginadas de preto. Na época da incubação tem dois penachos na cabeça e algumas penas brancas na sobrancelha e na nuca. Ave passeriforme, falacrocoracídea —Phalacrocorax b. brasilianus — de coloração marrom ou preta. Chega a 1m de comprimento. Tem o pescoço longo e, sob o bico, mancha amarela que se alonga até os olhos.

13. Íbis — Gênero de aves pernaltas, ciconiiformes, com várias espécies espalhadas pelas regiões quentes da Europa e Norte da África.

14. Gralha — Designação comum a várias espécies de aves passeriformes, corvídeas, especialmente dos gêneros Cyanocorax e Uroleuca, com várias espécies no Brasil. Em geral, têm belas cores, destacando-se o azul de vários matizes, com branco, creme ou preto, e voz estridente; são praticamente onívoras, e vivem aos bandos.

15. Pelicano — Gênero de aves aquáticas pelicanídeas. Qualquer espécie desse gênero, como, por exemplo, a Pelecanus occidentalis, de dorso marrom tirante ao pardo, tectrizes cinzentas, parte da cabeça branca, e que habita a costa atlântica da América desde a Carolina do Sul — nos E.U.A. — até o Norte do Brasil, alimentando-se de peixes, sendo vulgarmente conhecida como pelicano-pequeno.

16. Abutre — Designação comum às aves falconiformes vulturídeas, do Velho Mundo, na maioria sarcófagas. Designação dada aos urubus brasileiros.

17. Cegonha — Ave da ordem dos ciconiiformes, ciconiídea, gênero Ciconia, da Europa. A espécie mais comum é C. ciconia, ave migradora, que faz ninhos na primavera no Norte da África e Centro da Europa, e passa o inverno no Sul da África e na Índia. Constrói ninhos nas chaminés e habitações humanas, e a eles retorna anos a fio. Há muitas lendas populares em torno da cegonha, segundo uma das quais os recém-nascidos são trazidos por elas. Existem 16 espécies conhecidas, no gênero.

18. Garça — Designação comum às aves ciconiiformes, ardeídeas. Vivem aos bandos, frequentam rios, lagoas, charcos, praias marítimas ou manguezais de pouca salinidade, e se alimentam quase só de peixes.

19. Poupa — Também chamada de “Pega” Ave européia, corvídea —Pica Pica — de coloração preta, tendendo ao verde no dorso, flancos, abdome e baixo dorso brancos, asas azuis, e coberteiras primárias verdes.

20. Morcego — Designação geral para os mamíferos quirópteros cujos membros anteriores são transformados em asas pela presença do patágio. A grande maioria do grupo é insetívora ou frugívora, havendo espécies hematófagas ou ictiófagas. Sinônimos brasileiros: andirá, guandira, orelhudo.

21. Açor — Designação comum às aves de rapina do gênero Accipiter, acipitrídeas, que têm hábitos diurnos e se assemelham ao falcão.

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006 — O PENTATEUCO — PARTE 3 — QUEM ESCREVEU O PENTATEUCO — PARTE 3
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Que Deus abençoe a todos.

Alexandros Meimaridis

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O material contido neste estudo foi, em parte, adaptado e editado das seguintes obras, que o autor recomenda para todos os interessados em aprofundar os conhecimentos acerca do Antigo Testamento:

Bibliografia

Arnold, Bill T. e Beyer, Bryan E. Descobrindo o Antigo Testamento. Editora Cultura Cristã, São Paulo, 2001.

Archer, Gleason L. Jr. A Survey of the Old Testament. The Zondervan Corporation, Grand Rapids, 1980.

Bohmbach, Karla G., Gravett, Sandra L., Greifenhagen, F. V., Polaski, Donald C. Na Introduction to the Hebrew Bible – A Thematic Approach. Westminster John Knox Press, Louisville, 2008.

Champlin, Russel Norman. Enciclopédia de Bíblia, Teologia, e Filosofia. Editora Hagnos, São Paulo, 6ª Edição, 2002.

De Vaux, Roland. Ancient Israel Social and Religious Institutuions in Two Volumes. McGraw Hill Paperbacks, New York, 1965.

Francisco, Edson de Faria. Manual da Bíblia Hebraica – Introdução ao Texto Massorético. Sociedade Religiosa Edições Vida Nova, São Paulo, 1ª Edição, 2003.

Gottwald, Norman K. Introdução Sicioliterária à Bíblia Hebraica. Edições Paulus, São Paulo, 1988.

Harrison, Roland Kenneth. Introduction to the Old Testament. William B. Eerdmans Publishing Company, Grand Rapids, 1979.

The Fundamentals. Edição Eletrônica disponível na Internet, 2006.

Walton, John H. Chronological Charts of The Old Testament. The Zondervan Corporation, Grand Rapids, 1978.

Wolff, Hans Walter. Anthropology of the Old Testament. Fortress Press, Philadelphia, 1973.

Würthwein, Ernst. The Text of the Old Testament. William B. Eerdmans Publishing Company, Grand Rapids, Reprinted, 1992.

Enciclopédias e Softwares

__________Biblioteca Digital da Bíblia. Sociedade Bíblica do Brasil, Barueri, 2006.

__________The Lion Handbook to the Bible. Lion Publishing, Herts, 1978.

__________The New Encyclopaedia Brtannica. Encyclopaedia Britannica Inc., Chicago, 15th Edition, 1995.



[1] William Warburton nasceu na Inglaterra em 24 de Dezembro de 1698 na cidade de Newark no condado de Nottinghamshire e foi sagrado bispo da cidade de Glouscester no condado de Glouscestershire. Faleceu na cidade em que era bispo no ano de 1779. Bispo Warburton se notabilizou por suas habilidades críttico-literárias e participou de inúmeras controvérsias existentes entre a fé cristã e os detratores da mesma.

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