terça-feira, 3 de julho de 2012

A DIFERENÇA ENTRE EDIFICAR OVELHAS E ENTRETER BODES




O impacto causado por César Castellanos — Igreja em Células Segundo o Modelo dos 12 — e Rick Warren — crescimento da igreja contemporâneo — continua sendo bastante sentido no Brasil. É curioso como gostamos de copiar e imitar tudo que vem de fora.

Renê Terra Nova é o representante mor de César Castellanos no Brasil e no ano passado ele “ordenhou” cerca de MIL — 1.000 — novo apóstolos e apóstolas desse movimento pernicioso.

Rick Warren continua sendo um autor bem vendido e seus seminários no Brasil são bem frequentados e junto com Bill Hybels representa o movimento moderno de crescimento da igreja através do sacrifício da verdade a favor de alcançar multidões.

Por esses motivos achamos que o leitor tem a obrigação de saber o quê, exatamente, ensinam César Castellanos e Rick Warren. Antes porém vamos a algumas considerações bíblicas que servirão para nortear nossa discussão.

2 Pedro 3:1—3

1 Amados, esta é, agora, a segunda epístola que vos escrevo; em ambas, procuro despertar com lembranças a vossa mente esclarecida,

2 para que vos recordeis das palavras que, anteriormente, foram ditas pelos santos profetas, bem como do mandamento do Senhor e Salvador, ensinado pelos vossos apóstolos,

3  tendo em conta, antes de tudo, que, nos últimos dias, virão escarnecedores com os seus escárnios, andando segundo as próprias paixões.

Rick Warren e César Castellanos Dominguez são dois pastores estrangeiros que disputam o coração e as mentes dos pastores brasileiros e, por extensão, dos rebanhos. O séquito de seguidores tanto de um como do outro não para de crescer, o que é mais uma prova da falência quase absoluta da cristandade no Brasil. 

Hoje em dia, a grande maioria dos pastores em particular e dos crentes em geral, não são mais seguidores de Jesus e sim seguidores de homens como Warren e Castellanos. Mas quem são estes homens?

I. QUEM SÃO RICK WARREN E CÉSAR CASTELLANOS

Rick Warren é pastor da Saddleback Valley Community Church — é uma igreja Batista, mas não leva este nome para não ofender eventuais “clientes” — na cidade de Lake Forest, no condado de Orange no estado da Califórnia nos Estados Unidos. Ele é o “criador” do conceito “com propósitos” e tem vários livros lançados usando este conceito. O primeiro foi “Uma Igreja com Propósitos” e o segundo foi “Uma Vida com Propósitos”, ambos disponíveis em português. Existe ainda um terceiro livro “Ministério com Jovens com Propósitos” escrito por um pastor associado à Rick Warren. Além disto, Rick Warren realiza conferências “com propósito” ao redor do mundo e juntamente com o pastor batista Jerry Falwell —   já falecido — realizou uma Super Conferência “com propósitos” em outubro de 2003 na Liberty University em Lynchburg no Estado da Virgínia com transmissão televisiva simultânea para mais de 4.000 igrejas espalhadas pelos Estados Unidos da América. O conceito “com propósitos” é lucrativo, muito lucrativo e por este motivo ele agora é marca registrada — trade mark - ® — por Rick Warren e qualquer pessoa que deseje utilizar o termo “purpose driven”, em inglês precisa, de agora em diante, pagar royalties para nosso pastor estadunidense. O esquema “com propósitos” atrai especialmente pastores que trabalham com a classe média — classes B e C — e é sustentado por uma estrutura que além dos livros e dos seminários promovidos mundo afora, conta ainda com um site — www.pastors.com — onde os pastores “com propósitos” podem obter desde um esboço dos sermões a serem pregados nas igrejas “com propósitos”, até toda a programação — conteúdo e tudo — que deve ser servida aos “clientes”. A revista Christianity Today chamou Rick Warren de “o pastor mais influente nos Estados Unidos da América”. E mais, Rick Warren foi reconhecido pela revista TIME® — que representa o pensamento da elite do hemisfério norte — como uma pessoa muito relevante para o mundo em geral e para os Estados Unidos da América em particular. Este reconhecimento, da revista TIME® seria o equivalente aos Saduceus — a elite dos dias de Jesus — reconhecerem o Senhor como alguém relevante para a sociedade judaica dos seus dias. Tire o leitor suas próprias conclusões acerca de tão distinta homenagem.

César Castellanos Dominguez é colombiano e presidente da igreja conhecida como Missão Carismática Internacional. A igreja de Castellanos foi, em suas próprias palavras, iniciada em Março de 1983 na sala de sua própria casa, com apenas 8 pessoas. Juntamente com sua esposa Claudia, eles são os “criadores” do que está sendo chamado da igreja em células segundo o “modelo dos 12”. Em 1999, conforme uma de suas publicações, sua igreja contava com mais de 100 mil membros espalhados pela capital da Colômbia, Santa Fé de Bogotá e outras cidades. De acordo com Castellanos ele se inspirou na própria pessoa de Deus para desenvolver sua metodologia. De acordo com ele “Deus sonhou, depois planejou, desenhou e executou”. Munido deste esquema Castellanos partiu para conquistar primeiro a Colômbia e depois o mundo. Passadas as bravatas iniciais de que a Colômbia seria completamente transformada pelo poder da revelação do “modelo dos 12”, Castellanos, ameaçado de morte que foi em sua terra natal, mudou-se para Miami nos Estados Unidos. Durante algum tempo morou em Brasília acompanhando sua esposa, que foi nomeada Embaixadora da Colômbia no Brasil. César trata de mudar a matriz da sua igreja para Brasília e reconhece, agora, que o Brasil é que será completamente transformado pelo poder da revelação do “modelo dos 12”. O esquema de Castellanos apela tanto para igrejas de classe média — classes B e C — como para as igrejas que trabalham com as classes mais baixas — classes D e E — principalmente as igrejas pequenas e independentes que não possuem nenhum tipo de sustentação, nem de supervisão como a grande maioria das igrejas da chamada “terceira e quarta onda pentecostal”. O tipo de igreja em células segundo o “modelo dos 12” é também muito lucrativo. Castellanos considera como “suas” todas as igrejas que usam células segundo o “modelo dos 12”. Assim sendo, ele orienta e espera que todas estas igrejas adquiram todos os materiais impressos produzidos em gráficas de sua propriedade. Que adquiram todo o material televisivo produzido em estúdios também de sua propriedade. Além do material para as células existe material adicional para os encontros de fim de semana, bem como uma infinidade de pequenos livretos versando sobre os mais variados temas.

II. O QUE RICK WARREN E CÉSAR CASTELLANOS ENSINAM EM SEUS LIVROS

Conforme mencionamos no início deste artigo, estes dois homens disputam com suas “criações”, seja o esquema “com propósitos” ou então o esquema da “igreja em células segundo o modelo dos 12”, as mentes e os corações dos pastores brasileiros. Como veremos a seguir, estes senhores além de manterem a colonização iniciada há quinhentos anos acrescentam um elemento de perversidade ímpar que é atribuir às suas “criações”: a condição de que se tratam de “revelações divinas”. Por não acreditar no que estes homens pretendem nos impor o autor fará menção ao “deus” de Rick Warren e César Castellanos Dominguez com letras minúsculas como é conveniente se referir às divindades de falsos e pretensiosos profetas.

A seguir e sempre quando possível agruparemos as reivindicações de ambos senhores sob um tema comum. Quando isto não for possível discutiremos as pretensões individualmente. Os textos retirados dos livros de Rick Warren “Uma Igreja com Propósitos” e os retirados do livro de César Castellanos “Sonha e Ganharás o Mundo” serão sempre apresentados em caracteres vermelhos e em itálico, de tal maneira que fiquem bem evidentes. Bem vamos iniciar nossa análise.

1 – Acerca da superioridade das formas de ministério propostas por Rick Warren e César Castellanos lemos o seguinte em seus livros:

“... a igreja celular é o paradigma da congregação mais poderosa do mundo. Pode-se dizer que um pastor que não entra nesta dimensão está matando o progresso do evangelho em sua área.” (Castellanos, César. Sonha e Ganharás o Mundo. Palavra da Fé Produções, São Paulo, 1999). Doravante as citações referentes à César Castellanos serão indicadas apenas por (Castellanos).

“Igrejas com propósitos serão as mais bem equipadas para o ministério durante todas as mudanças que enfrentaremos no século 21.” (Warren, Rick. Uma Igreja Com Propósitos. Editora Vida, São Paulo, 1997). Doravante as citações referentes à Rick Warren serão indicadas apenas por (Warren).

“A frutificação neste milênio será tão incalculável, que a colheita só poderá ser alcançada por aquelas igrejas que tenham entrado na visão celular. Não há alternativa, (nem a Igreja com Propósitos de Rick Warren), a igreja celular é a igreja do Século XXI”. (Castellanos).

Como podemos observar estes senhores são muito pretensiosos. De acordo com Warren, se um pastor tem uma “igreja com propósitos”, ele tem uma igreja que está “mais bem equipada para o ministério, mas estará ao mesmo tempo, de acordo com Castellanos “matando o progresso do evangelho em sua área”.

Por outro lado, se um pastor adota o sistema celular de Castellanos, ele estará adotando “o paradigma da congregação mais poderosa do mundo”, mas não sendo uma igreja com propósitos ala Rick Warren a mesma não estará “bem equipada para o ministério”. Ora, tanto Rick Warren quanto César Castellanos alegam — mais adiante iremos discutir suas alegadas revelações — que seus sistemas são derivados diretamente da Bíblia e por revelação direta de deus. Ao que parece o deus destes senhores está meio confuso, pois revela e ensina coisas que são mutuamente excludentes. No mínimo um dos dois está mentindo ou os dois estão pretendendo algo que não é realmente verdadeiro. A história da igreja está cheia de homens e mulheres que tentaram usar a Bíblia para justificar suas tolices. Rick Warren e César Castellanos são apenas mais dois em uma longa lista que, sem precisar ir muito longe, inclui Joseph Smith, o fundador do Mormonismo, Ellen G. White, a — falsa — voz da profecia da Igreja Adventista do Sétimo Dia, Charles T. Russel e Joseph F. Rutherford que inventaram as assim chamadas Testemunhas de Jeová e Mary Baker Eddy fundadora da Ciência Cristã ou Igreja do Cristo Cientista, apenas para citar quatro movimentos heréticos surgidos nas terras do norte somente no século XIX.

2 – Acerca do uso do crescimento extraordinário de suas igrejas como justificativa da indubitável bênção de Deus sobre seus ministérios:

“Hoje, 15 anos depois, ela é conhecida com (sic) a igreja batista que mais cresce na história americana. A média de freqüência no fim de semana é superior a dez mil pessoas, numa bonita e espaçosa área de 300 mil metros quadrados.” (W. A. Criswell na apresentação do livro de Rick Warren).

“Se alguém de qualquer parte do mundo espera ter uma evidência correta do respaldo do Senhor ao nosso chamado como pastores — Castellanos se refere a ele mesmo e sua esposa Cláudia — e de Seu propósito de grandeza, crescimento, avivamento e multiplicação desta visão, basta que assista um sábado no Coliseu Coberto El Campin de Bogotá. Líderes de todos os rincões da Colômbia e de outras nações já o têm feito, e quando veem entre doze e quinze mil jovens reunidos ali, seu assombro é tal que não encontram palavras para descrevê-lo.” (César Castellanos)

A reunião de jovens de Castellanos aos sábados junta mais pessoas que o culto dominical de Warren. Se o critério de número de freqüentadores tiver valor absoluto, então Castellanos é bem mais abençoado por seu deus do que Warren é pelo seu. A tolice de tal argumento é evidente. O Deus verdadeiro abençoa Seu povo e não métodos ou formas.

3 – Acerca de deus estar preparando verdadeiras multidões para aceitar o Evangelho — revelações diretas aos autores, não existe base bíblica para estas afirmativas:

“Deus está criando hoje ondas de pessoas receptivas ao evangelho. Devido à abundância de problemas em nosso mundo contemporâneo, muita gente parece estar aberta para as boas novas de Cristo mais do que nunca em qualquer outra época deste século”. (Warren)

“Temos recebido a Palavra no sentido de nos anos vindouros haverá gente faminta por conhecer a mensagem da salvação; milhões e milhões correrão pelas ruas demonstrando seu desejo de saber de Cristo, e a única estrutura que permitirá estar preparado para isto, é a estrutura celular”. (Castellanos).

A Bíblia no Antigo Testamento ensina claramente e o Novo Testamento confirma que: “como está escrito: Não há justo, nem um sequer, não há quem entenda, não há quem busque a Deus; todos se extraviaram, à uma se fizeram inúteis; não há quem faça o bem, não há nem um sequer – Romanos 3:10—12.
Agora, este senhores nos vem com este papo furado de que “muita gente parece estar aberta para as boas novas de Cristo – Warren” e “temos recebido a Palavra no sentido de nos anos vindouros haverá gente faminta por conhecer a mensagem da salvação; milhões e milhões correrão pelas ruas demonstrando seu desejo de saber de Cristo – Castellanos.

A palavra de Deus é bem clara quanto ao fato dos homens caídos e sem Deus serem descrito pelas Escrituras com adjetivos contundentes tais como: desviados, perdidos, fracos, ímpios, extraviados, inúteis, pecadores, incapazes de fazer o bem, mortos em delitos e pecados, transgressores, homens naturais incapazes de aceitar e de entender a revelação de Deus, néscios, desobedientes, desgarrados, escravos de toda sorte de paixões e prazeres, vivendo em malícia e inveja, odiosos e odiando-se uns aos outros. Para uma lista mais abrangente ver nosso post acerca de “COMO A BÍBLIA DESCREVE O SER HUMANO SEM DEUS”, aqui:


A Bíblia não descreve ninguém naturalmente aberto para as Boas Novas e muito menos pessoas correndo pelas ruas aos milhões demonstrando seu desejo de saber de Jesus. Somente quando o pecador se coloca sobre a influência do Espírito Santo, mediante a pregação da Palavra de Deus é que ele pode ser despertado para a vida com Deus. O mandamento do Senhor deve nos mover hoje. Jesus disse: Ide! Por este motivo não devemos esperar nem por milhões de pessoas correndo pelas ruas querendo saber acerca de Jesus como pretende Castellanos e certamente o Deus verdadeiro não está no negócio do “surf”, criando ondas de incrédulos sedentos pela salvação como pretende e ensina Rick Warren!

4 – Acerca das outras igrejas estarem perdendo as oportunidades que Deus está criando — somente a de Castellanos e a de Warren estão isentas, assim como todas as que estejam usando seus métodos:

“Algo que temos entendido no plano espiritual, é que o Senhor tem um tempo de graça e de visitação de seu Espírito Santo para cada cidade ou nação, e se não aproveitarmos este tempo pregando, a oportunidade se perderá e as almas ficarão sem salvação”. (Castellanos).

“... nossas igrejas estão perdendo as ondas espirituais que podem trazer reavivamento, saúde espiritual e crescimento explosivo, devido à falta de ensinamento das habilidades básicas para compreender o movimento que elas têm”. (Warren).

As “almas ficarão sem salvação” e as “igrejas estão perdendo as ondas espirituais que podem trazer reavivamento, saúde espiritual e crescimento explosivo” indicam claramente um evangelho centrado no homem e não em Deus. Castellanos crê que somente a visão celular pode satisfazer a demanda da Grande Comissão nos nossos dias. Já Rick Warren acredita que ele pode ensinar qualquer igreja as habilidades básicas para satisfazer a grande comissão. Novamente, fica claro que cada um deles quer pretender ser o autor da “solução” definitiva para a Igreja do século XXI.

5 – Acerca do esforço envidado para alcançar a pretensa e distinta iluminação que eles querem agora compartilhar e transmitir a todos nós. Note a clara Intenção de tentar impressionar os leitores!

“...visitei centenas de igrejas ao redor do mundo. Conversei com milhares de pastores e entrevistei centenas de líderes e professores sobre o que eles observam nas igrejas. Escrevi para as cem maiores igrejas dos Estados Unidos e passei um ano pesquisando o ministério de cada uma. Já li quase todos os livros publicados sobre o tema “crescimento da Igreja”. Passei muito tempo estudando o Novo Testamento.” (Warren).

“...ensinei para mais de vinte e dois mil pastores nos últimos quinze anos. Além disso, líderes de 42 países e 60 diferentes denominações encomendaram as fitas do seminário. (Warren).

“Passei anos intercedendo por suas vidas e sonhando com sua salvação, em longas jornadas de jejum e oração.” (Warren).

”Definitivamente temos que ser criativos; o mundo é daqueles que inovam.” (Castellanos).

“...estando por horas no lugar secreto de oração.” (Castellanos).

“Passava dias inteiros em meu quarto de oração.” (Castellanos).

“Fui sensível à voz de Deus quando me disse para que fosse ao Jordão para ser batizada novamente. Quando saí das águas do Jordão, senti literalmente no espírito que os céus se abriram e que Deus enviava Seu Espírito, foi quando minha vida mudou”. (Claudia Castellanos).

“Deus me deu a capacidade de observar os corações de nosso povo para conhecer suas necessidades espirituais.” (Castellanos).

“Estando em um dos meus prolongados períodos de oração, pedindo a direção de Deus para algumas decisões, clamando por uma estratégia que ajudasse a frutificação das setenta células que tínhamos até então, recebi a extraordinária revelação do modelo dos doze.” (Castellanos).

“Em uma das minhas tantas noites no lugar secreto, entrando em um período especial de oração...”. (Castellanos).

O que podemos fazer? Um falou com milhares de pastores, professores e líderes, visitou e estudou centenas de igrejas, leu quase tudo sobre o assunto, exageros à parte é claro, e estudou o Novo Testamento exaustivamente (Warren). O outro nos “revela” suas muitas e muitas horas no lugar secreto onde deus lhe revela coisas diretamente (Castellanos). A mulher deste último (Cláudia) nos conta que sua experiência de batismo no Jordão foi uma espécie de “repeteco” do batismo do próprio Senhor com os céus se abrindo e tudo o mais! É de tirar o fôlego caro leitor. Ou seja, estas pessoas são imbatíveis. A pesquisa de um e as revelações do outro são a garantia definitiva de que eles estão certos e não podem, em nenhuma hipótese, estar errados. Todas as palavras em vermelho e em itálico acima servem apenas para indicar o desprezo que estes senhores nutrem pela palavra revelada pelo Deus verdadeiro e o quanto eles valorizam, de forma narcisista, suas próprias atividades e experiências.

6 – Acerca do impacto que seus ministérios têm sobre outros:

“A Convenção Anual da igreja cumpre este propósito e, nela, líderes de todo o mundo encontram as portas da Colômbia e da Missão Carismática Internacional, abertas para entrar nessa dimensão na qual o Espírito Santo se encarrega de esclarecer-lhes a importância de romper os moldes do tradicionalismo e pô-los no caminho da igreja do presente e do futuro”. (Castellanos).

“Na estante de meu escritório, tenho mais de uma dúzia de livros escritos por pessoas que treinei e que colocaram minhas idéias em livros antes de mim”. (Warren).
Mais de cem teses de doutorado foram escritas sobre o crescimento da Saddleback. Temos sido dissecados, analisados, pesquisados e avaliados por mentes bem mais dotadas que a minha.” (Warren).

Note que para Castellanos é o Espírito Santo quem se encarrega de ajudar os líderes do mundo inteiro a entrar na dimensão da igreja do presente e do futuro que, na opinião dele, é segundo o modelo dos doze. Do outro lado, a igreja proposta por Warren, que é a igreja com propósitos, já foi dissecada, analisada, pesquisada e avaliada e já se escreveram mais de cem teses de doutorado sobre a mesma! Ou seja, eles realmente estão com a corda toda. De um lado ninguém menor do que o próprio Espírito Santo. Do outro mais de cem doutores! Qual é o propósito de escreve estas coisas? Todas estas coisas são ditas apenas para impressionar os leitores!

7 – Acerca da chamada e das revelações diretas. É aqui que o porco torce o rabo!

“A Missão Carismática Internacional é uma igreja eminentemente profética... seu início foi determinado por uma Palavra profética dada diretamente por Deus a este Seu servo.” (Castellanos).

“Acredito que W. A. Criswell é o maior pastor americano do século 21. Ele pastoreou a Primeira Igreja Batista de Dallas por 50 anos, escreveu mais de 50 livros e desenvolveu a igreja-modelo mais conhecida e imitada mundialmente destes tempos. Enquanto escutava aquele grande homem pregar, Deus falou claramente comigo e me chamou para ser um pastor. Depois do culto esperava na fila para apertar as mãos do Dr. Criswell. Quando finalmente chegou minha vez, algo inesperado aconteceu. Ele olhou para mim com os olhos cheios de bondade e disse, com firmeza: Rapaz sinto vontade de impor minhas mãos sobre sua cabeça e orar por você.” (Warren).

“Em mais de uma oportunidade tenho escutado claramente o Senhor, dizendo-me: tu és o canal através do qual flui meu espírito.” (Castellanos).

“Senti que Deus estava me guiando para que investisse o resto de minha vida descobrindo os princípios bíblicos, culturais e de liderança, que produzem igrejas crescentes e saudáveis.” (Warren).

“Dispus-me a contar - Lhe todos os meus pecados. Chorei–os, senti dor em meu coração por haver ofendido a Deus. Em seguida sucedeu o extraordinário: vi uma mão aberta que penetrou minha cabeça e começou a descer até a planta dos pés de forma carinhosa e, à medida que o fazia, o fardo do meu pecado desaparecia.” (Castellanos).

“Sentado ali no porão empoeirado e mal iluminado da biblioteca de Universidade, ouvi Deus falar comigo claramente.” (Warren).

“Entrei num nível de adoração muito mais intenso, diferente do que estava acostumado.” (Castellanos).

Como podemos notar tanto Castellanos quanto Warren têm ouvido deus falar “claramente”. Os dois usam esta mesma expressão: “claramente”. O primeiro nos diz que “tenho escutado claramente o Senhor, dizendo-me: tu és o canal através do qual flui meu espírito”. O segundo afirma categoricamente que “ouvi Deus falar comigo claramente.” Para dar mais ênfase a este aspecto, de que deus teria falado claramente com eles, note como os dois dizem que “algo inesperado aconteceu —Warren — e sucedeu o extraordinário — Castellanos. Atribuir a deus a origem dos seus métodos é um argumento bem conhecido entre aqueles que não suportam a sã doutrina e precisam alimentar suas fantasias e fábulas. Paulo, genuinamente inspirado por Deus, já advertia o jovem pastor Timóteo com estas palavras:

2 Timóteo 4:1—4

Conjuro-te, perante Deus e Cristo Jesus, que há de julgar vivos e mortos, pela sua manifestação e pelo seu reino: prega a palavra, insta, quer seja oportuno, quer não, corrige, repreende, exorta com toda a longanimidade e doutrina. Pois haverá tempo em que não suportarão a sã doutrina; pelo contrário, cercar-se-ão de mestres segundo as suas próprias cobiças, como que sentindo coceira nos ouvidos; e se recusarão a dar ouvidos à verdade, entregando-se às fábulas.

Nós faremos também muito bem se voltarmos nossas costas para estes mentirosos que usam Deus como desculpa para semear suas insidiosas mentiras.

8 - Acerca do deus minúsculo de Warren e Castellanos:

“Não podemos fazer nada sem Deus, mas Ele não faz nada sem nós. Igrejas crescem pela atuação do poder de Deus, por meio do esforço de pessoas habilidosas.” (Warren).

“A igreja do Século XXI é aquela em que o pastor terá uma responsabilidade que demandará a maior eficiência, o que o impulsionará a trabalhar com um conceito empresarial, pois a igreja é a empresa mais importante de uma nação...”. (Castellanos)

“Ao estudar as igrejas de hoje, fica óbvio que Deus usa todos os meios e que tem abençoado alguns mais que outros.” (Warren).

Certamente nem Castellanos nem Warren nunca ouviram nem leram, apesar de dizer explicitamente que investiram muito tempo estudando o Novo Testamento, as palavras de Jesus quando disse, referindo-se àqueles que o aclamavam como filho de Davi enquanto os fariseus protestavam para que o Senhor os fizesse 
calar:

Lucas 19:40

Asseguro-vos que, se eles se calarem, as próprias pedras clamarão.

Quanta pobreza, a destes dois senhores imaginarem que o Deus glorioso precise de algum homem, por mais importante que este seja! Que o Deus verdadeiro não faz nada sem nós. Imaginar que Deus precisa implementar conceitos empresariais e de marketing para fazer a igreja funcionar como deve. Estas idéias só podem ser fruto da imaginação de homens que não conhecem o Deus verdadeiro.

9 - Acerca do guarda-chuva protetor “se você não entende, não critique”:

“Nunca devemos criticar o que Deus está abençoando, mesmo que seja um estilo de ministério que faça com que alguns de nós não nos sintamos muito à vontade”. (Warren).

Rick Warren demonstra ser é um manipulador profissional. Ele desenvolve um sistema completamente fechado que inclui o ato de desarmar seus críticos apelando, da maneira mais baixa possível, para que não se critique aquilo que, segundo Warren, Deus está abençoando. Ora como é que Deus pode abençoar tamanha pretensão e descaramento? Como poderia Deus abençoar tamanho desprezo por sua palavra que diz “não há quem busque a Deus”, enquanto Rick Warren defende, de forma incansável, que existem pessoas que são sensíveis e que estão buscando a Deus — Warren chama tais pessoas de “sensitive seekers”, termo este que ele adotou de um movimento do século XIX chamado de Teosofia cujos fundadores foram a renegada aristocrata russa Helena Petrovna Blavatsky e o Coronel estadunidense Henry Olcott — e procura desenvolver toda sua abordagem apostando na suposta existência de tais pessoas, que a Bíblia diz claramente que não existem!

10 - Acerca de acompanhar os tempos e ser “moderno”:

”Definitivamente temos que ser criativos; o mundo é daqueles que inovam.” (Castellanos).

Seria de fato cômico se não fosse tão trágico. Não somos mais chamados para sermos fiéis como lemos em

1 Coríntios 4:2 que diz:

Ora, além disso, o que se requer dos despenseiros é que cada um deles seja encontrado fiel.

Agora somos chamados para sermos inovadores, criativos etc. Deus não nos chamou para sermos inovadores. Chamou-nos para sermos fiéis. De que lado realmente gostaríamos de ser encontrados pelo Senhor na Sua vinda? Do lado dos que foram fiéis ou do lado dos inovadores?

Você está sendo fiel à Palavra de Deus se insiste em comunicá-la de uma forma antiquada?” (Warren).

A questão real não é a forma como você comunica a Palavra de Deus e sim o conteúdo. Rick Warren pertence a um movimento que foi muito bem definido pelo pensador e teólogo Os Guinness como um grupo que pretende “jantar com o Diabo”. Este grupo procura utilizar o que há de mais moderno na sociologia, na psicologia e no marketing para acertar em cheio no alvo e “vender” Jesus da melhor maneira — comercialmente falando — possível. Rick Warren não nega que tem recebido imensa influência do papa da administração moderna Peter Drucker — agora já falecido. Nos sites de Rick Warren e de Peter Drucker podiam ser vistas declarações explícitas de que os dois — ele e Peter — eram amigos e Warren reconhece seu enorme débito ao incrédulo Drucker.

Dentro deste contexto note as frases seguintes e perceba a manipulação psicológica envolvida:

“Fazer com que as pessoas dedicadas sejam heróis em sua igreja faz com que elas se dediquem mais a ela” (Warren).

“Se usarmos um termo do mundo empresarial, podemos dizer que a nossa igreja está no ramo de “desenvolvimento de discípulos” e que nosso produto é mudança de vida.” (Warren).

“Me senti em casa com empresários, homens de negócios, gerentes e profissionais liberais”. (Warren).

Nas frases acima fica clara a intenção de Warren de utilizar não só a metodologia mercadológica, mas o fato de que ele se sente bem confortável usando a própria linguagem do mundo empresarial.

“Deus não nos chamou para sermos originais — para justificar a imitação de idéias cuja origem não pode ser justificada pela Bíblia — em todas as coisas. Ele nos chamou para sermos eficientes”. (Warren).

Não! Deus nós chamou para sermos fiéis. Deus não nos chamou para sermos eficientes.

III. PETER DRUCKER E SUA INFLUÊNCIA SOBRE O MOVIMENTO MODERNO DE CRESCIMENTO DA IGREJA.

É impossível entendermos Rick Warren separado do seu mentor e guru administrativo Peter Drucker. Todo o conceito atrelado a “com propósitos” está irremediavelmente ligado a Peter Drucker e este, por sua vez, está ligado aos movimentos místicos do século XIX, especialmente à Teosofia.

Nascido na Áustria Peter Drucker emigrou para a Inglaterra em 1933. Pouco antes do início da Segunda Guerra Mundial emigrou para os Estados Unidos da América. Como consultor da General Motors e outras grandes corporações ele lançou os fundamentos das técnicas modernas de gerenciamento.

Suas técnicas de gerenciamento estão por trás das maiores igrejas do século XXI entre as quais podemos citar: Willowcreek Church (Bill Hybels), The Connecting Church (Randy Frazee), The Church of Irresistible Influence (Robert Lewis), The Perimeter Church of Atlanta e a Missão Carismática Internacional de César Castellanos. Todas estas igrejas têm em comum o uso das idéias de reestruturação gerencial-administrativa que varreu o mundo empresarial a partir da década 1980 e que, agora, atinge em cheio as igrejas chamadas cristãs.

Esta visão de reestruturação das igrejas produziu não somente o “modelo com propostos” e o “modelo dos 12”, mas uma grande infinidade de outros modelos como têm sido propostos por Peter Wagner, Lyle Schaller, Wayne Cordeiro e outros. Todos estes modelos encontram-se em um denominador comum que é a Teoria Geral dos Sistemas. De acordo com esta teoria as doutrinas tradicionais da fé cristã que dizem respeito à antropologia bíblica — estudo do homem como criado por Deus — precisam ceder lugar a uma nova visão evolucionária onde o próprio homem é o grande responsável pela sua própria transformação, da sua comunidade e da sociedade geral. A Teoria Geral dos Sistemas é derivada de movimentos místicos dos séculos XVIII e XIX como o Espiritismo, o Swedenborgianismo — Emmanuel Swedenborg 1688 – 1772), o Mesmerismo (Fraz Anton Mesmer 1735 – 1815) e a Teosofia. Ver nosso artigo: “CAVALEIROS, ALGUMAS DAMAS E PICARETAS DA FÉ” através desse link:

http://ograndedialogo.blogspot.com.br/2012/04/cavalheiros-algumas-damas-e-picaretas.html

A igreja com propósitos de Rick Warren, a igreja em células, seja ela do tipo “apostólica ou pós-denominacional”, a igreja em células segundo o modelo dos 12 de César Castellanos e todos os modelos missiológicos surgidos na segunda metade do século XX, procedem diretamente dos ensinos da Teoria Geral dos Sistemas e da Teosofia. Entre estas igrejas encontramos inúmeros elementos que são utilizados para justificar a reestruturação. Assim temos que: dentro das igrejas em células e apostólicas vemos a introdução de novas doutrinas como a curiosa doutrina da “cobertura espiritual”. Os modelos missiológicos capitaneados pelo Fuller Theological Seminary e pelo U.S. Center for World Mission também têm introduzido novas doutrinas como a chamada “contextualização”. Os grupos carismáticos estão submetidos a uma torrente infindável de profecias e atitudes mistificadoras como o ato de “salgar” lugares ou àquilo que o autor chama de “voodoo evangélico” praticado pela pastora e agora apóstola Valnice Milhomens que foi enterrar nos quatro pontos cardeais do Brasil uma caixa contendo em suas próprias palavras: “trigo, representando a palavra, azeite representando a unção do Espírito; e vinho representando a comunhão com o Senhor, além de uma Bíblia, é claro”, visando com isto reivindicar o Brasil para Deus. A igreja com propósitos não é tão espalhafatosa e procura se alinhar mais com uma linguagem empresarial conforme as palavras de Rick Warren acima.

Os aspectos evolucionários da Teoria Geral dos Sistemas derivados da Teosofia se encaixam como uma luva na noção de que a igreja, como uma noiva, precisa ela mesma se aperfeiçoar na terra tanto estruturalmente como espiritualmente para se encontrar com Jesus quando Ele voltar. As citações acima confirmam esta intenção já que ambos autores julgam seus métodos os mais apropriados para fazer frente a esta demanda de preparar a igreja para se encontrar com seu Senhor. Os livros de Rick Warren e César Castellanos estão cheios de mentiras de como as pessoas estão insatisfeitas com as igrejas tradicionais tanto no que diz respeito aos programas oferecidos quanto à estrutura organizacional. Mas eles não estão refletindo o sentimento atual das pessoas. Eles estão refletindo um sentimento de frustração com as igrejas institucionais que é bastante antigo e não tem nada de moderno e muito menos de contemporâneo. Este sentimento surgiu na Europa, logo após o término da assim chamada Guerra dos Trinta Anos. Começando na metade do século XVII — a paz de Westfália que decretou o fim da guerra dos trinta anos foi assinada em 1648 — surgiu por toda a Europa um sentimento generalizado de frustração com relação à religião cristã relacionado diretamente com a carnificina que havia ocorrido entre Católicos, Luteranos e Reformados durante a Guerra dos Trinta Anos. 

O vácuo religioso criado pelo abandono da fé cristã foi completamente preenchido pelo Swedenborgianismo de Emmanuel Swedenborg 1688 – 1772, o Mesmerismo de Fraz Anton Mesmer 1735 – 1815 e, finalmente, já no século XIX, pelo Espiritismo de Alan Kardec na Europa e das irmãs Fox nos Estados Unidos da América. O século XIX presenciou a falência completa da Cristandade com o surgimento dos escritos de críticos virulentos como os produzidos por Paul-Henri Dietrich conhecido como barão d’Holbach, Andréas Lwdwig Feuerbach, David Friedrich Strauss e Walter Bauer na Europa e Thomas Paine nos Estados Unidos da América. No rastro de destruição causado por estes senhores surgiu, já no final do século XIX, um movimento chamado de Teosofia fundado pela renegada aristocrata russa Helena Petrovna Blavatky e pelo herói da Guerra da Secessão estadunidense general Henry Olcott. A influência de Swedenborg, Mesmer e do Espiritismo também pode ser vista além da Teosofia, no surgimento dos quatro grandes movimentos pseudo-cristãos surgidos nos Estados Unidos da América no século XIX, a saber: Mormonismo, Adventismo do Sétimo Dia, Testemunhas de Jeová e Ciência Cristã. Os Estados Unidos sofreriam mais um ataque avassalador contra a cristandade institucional com o advento do movimento Pentecostal e seus desdobramentos posteriores no movimento carismático e da terceira e quarta onda. Agora, a afronta continua com estes senhores que falando em nome de Deus propõe uma nova doutrina da igreja para o século XXI.

Em artigos futuros pretendemos discutir a história religiosa que nos conduziu até a presente situação em que nos encontramos com especial atenção ao movimento das mega-igrejas e dos profetas e apóstolos modernos.

De acordo com César Castellanos “para poder mover-se de acordo com as exigências do século XXI, todo pastor deve mudar sua maneira tradicional de pensar, romper os moldes e entrar na visão celular; se um pastor muda, o milagre já está feito, pois desta maneira poderá influenciar a comunidade. Sei que alguns estão desde já dispostos, mas o sistema administrativo da igreja não os deixa implementar as reformas. Isto também tem que ser mudado. A época das assembléias e dos comitês de anciãos para dar passos importantes na igreja, já passou na história. Estou convencido de que Deus dá a visão ao pastor e nessa medida é a ele que o Espírito Santo fala, indicando-lhe até onde deve mover-se”.

Segundo Rick Warren suas pesquisas mostraram que: “1. A igreja é chata, especialmente os sermões; 2. Os membros da igreja não são amigáveis para com os visitantes; 3. A igreja está mais interessada no dinheiro das pessoas do que nas próprias pessoas; 4. A igreja não se preocupa com a qualidade do cuidado oferecido às crianças”. Estas idéias associadas a todos os recursos tecnológicos disponíveis e todo o conhecimento que as ciências humanas disponibilizaram, especialmente aquelas relacionadas ao gerenciamento e o marketing, produzem então um novo paradigma — modelo ou padrão — de igreja. 


Que Deus abençoe a todos.

Alexandros Meimaridis

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Notas
1. Historicamente falando o Pentecostalismo teve quatro ondas: a primeira foi o surgimento do movimento Pentecostal propriamente dito que ocorreu no final do século XIX e início do século XX; a segunda onda veio com o movimento carismático após o termino da Segunda Guerra Mundial nos meados do século XX; a terceira onda surgiu com a adoção, por carismáticos, dos ensinos neo-gnósticos de E. W. Kenyon o que culminou com a quarta onda.

2. Guinnes, Os. Dining with the Devil – The Megachurch Movement Flirts with Modernity. Baker Book House, Grand Rapids, 1993.

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