sábado, 19 de novembro de 2011

ABUSO ESPIRITUAL - ESTUDO 2 – PARTE 1

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Atenção: esse estudo é parte de uma série. No final do mesmo você irá encontrar informações acerca de como acessar:

• A Parte 2 desse estudo.

• O Estudo 1 dessa série.

ABUSO ESPIRITUAL - ESTUDO 2 – PARTE 1

“Não Toqueis nos Meus Ungidos”

Atenção: O material a seguir destina-se à leitura de pessoas maduras e pode ser profundamente perturbador à grande maioria dos leitores. O autor recomenda grande discrição no uso deste material e na exposição do mesmo.

Dá ouvidos, ó pastor de Israel, tu que conduzes a José como um rebanho; tu que estás entronizado acima dos querubins, mostra o teu esplendor – Salmos 80:1.

Não toqueis nos meus ungidos, nem maltrateis os meus profetas – Salmos 105:15

Veio a mim a palavra do SENHOR, dizendo: Filho do homem, profetiza contra os pastores de Israel; profetiza e dize-lhes: Assim diz o SENHOR Deus: Ai dos pastores de Israel que se apascentam a si mesmos! Não apascentarão os pastores as ovelhas? Comeis a gordura, vestis-vos da lã e degolais o cevado; mas não apascentais as ovelhas. A fraca não fortalecestes, a doente não curastes, a quebrada não ligastes, a desgarrada não tornastes a trazer e a perdida não buscastes; mas dominais sobre elas com rigor e dureza. Assim, se espalharam, por não haver pastor, e se tornaram pasto para todas as feras do campo. As minhas ovelhas andam desgarradas por todos os montes e por todo elevado outeiro; as minhas ovelhas andam espalhadas por toda a terra, sem haver quem as procure ou quem as busque – Ezequiel 34:1 -6.

Vendo ele – Jesus - as multidões, compadeceu-se delas, porque estavam aflitas e exaustas como ovelhas que não têm pastor – Mateus 9:36

INTRODUÇÃO

A vasta maioria dos membros das assim chamadas “igrejas evangélicas” de todos os matizes – sejam protestantes, evangélicas propriamente ditas, pentecostais, carismáticas e da terceira ou quarta onda – já tiveram a oportunidade, em um ou outro momento, de presenciar um pastor, presbítero, missionário, evangelista, apóstolo, profeta ou algo que o valha, subir ao púlpito de uma comunidade qualquer, e mandar ver um sermão acerca de “não toqueis nos meus ungidos”. Junto com o sermão, bastante impróprio, diga-se de passagem, vem um besteirol que beira realmente às raias do ridículo.

Estes sermões são todos motivados pelo conceito errado e realmente perverso de que aqueles que servem ao Senhor nas funções de pastor, presbítero, missionário, evangelista, apóstolo ou profeta etc., são realmente “servos especiais” que pertencem a uma categoria que é distinta de todos os outros crentes. Como “servos especiais”, estas pessoas, pois existem homens e mulheres nesta categoria, imaginam que estão acima de qualquer tipo de crítica e que podem mandar e desmandar na Igreja do Senhor, porque, segundo eles mesmos, o Senhor lhes concedeu poder e autoridade “especiais”. Por este motivo, todo e qualquer criticismo, não importa a intenção, será confrontado vigorosamente através de vários mecanismos entre os quais se encontra o famigerado sermão acerca de “não toqueis nos meus ungidos”.

Mas existem mesmos pessoas especiais para Deus? Existem mesmo pessoas que recebem um batismo com o Espírito Santo que é mais poderoso do que o batismo com o Espírito Santo que veio sobre todos os outros cristãos? – ver Atos 11:15-17. Existe realmente uma unção que é maior, melhor, mais poderosa do que a unção com que o próprio Deus ungiu a todos os crentes no Senhor Jesus Cristo? – ver 2 Coríntios 2:21—22.

Outro dia o autor tomou conhecimento de que um falso mestre que atende pelo nome de Benny Hinn, declarou ter visitado os túmulos de duas mulheres fundadoras de igrejas cristãs do passado e que “coletou”, para si mesmo, “a poderosa unção” que ainda se encontrava naqueles túmulos cheios de pessoas mortas2. Não duvido que ele tenha realmente “coletado” alguma coisa, mas certamente o que ele coletou não tem nada a ver com o Espírito Santo de Deus. Este patético senhor e todos seus seguidores, e não são poucos, estão realmente fora de sintonia com o Deus da Bíblia e com a própria Bíblia, como espero demonstrar neste artigo. Quando confrontado por tais práticas estranhas e realmente abusivas o senhor Benny Hinn reagiu com as seguintes palavras: “Se você falar mal de mim, ou contra a unção que está em mim e no meu ministério, seus filhos irão sofrer as conseqüências”. Quão longe este tipo de atitude se encontra do verdadeiro ensino dos Evangelhos fica a critério do leitor decidir. Antes que qualquer leitor desavisado, resolva me escrever com argumentos do tipo “não devemos julgar”, sugiro que leia outro artigo publicado também neste site cujo título é “O Cristão Pode Julgar?”, onde tratamos deste assunto.

Esse artigo “O Cristão Pode Julgar” pode ser encontrado nesse link:

http://ograndedialogo.blogspot.com/2011/05/o-cristao-pode-julgar.html

Mas como conseguimos chegar neste nível de desarranjo espiritual onde um homem que alega ser pregador da palavra de Deus age como um verdadeiro seguidor do espiritismo kardecista e procura recolher pretensas unções em cemitérios? Tudo isso acontece por um simples, mas poderoso fato, que pode ser assim representado: existem algumas pessoas que se arvoram ares de super crentes, ao mesmo tempo em que existem também, milhares de outras pessoas que estão dispostas a acreditar e seguir os super crentes a qualquer custo, achando que com isto estão seguindo no caminho de Deus. O autor deseja dizer aqui com todas as letras, apenas que: NÃO EXISTEM SUPER CRENTES. Tudo o mais será dito no restante deste artigo.

I. Os Abusadores.

Abuso espiritual, pode até parecer estranho, mas é um estado de coisas amplamente denunciado nas páginas das nossas Bíblias. No passado, durante os dias do Antigo Testamento, Deus levantou inúmeros profetas para denunciarem este tipo de perversidade. No Novo Testamento, o próprio Senhor Jesus tomou uma boa porção do Seu ministério para denunciar e confrontar aqueles que abusam espiritualmente de outras pessoas. Por esses motivos, nós faremos muito bem em ouvir o que eles têm a dizer acerca dos desmandos e abusos que percebemos nos dias de hoje, da parte de homens e mulheres que são extremamente ágeis e rápidos em se proteger debaixo da couraça representada pela expressão “não toqueis nos meus ungidos”.

A. O Profeta Ezequiel.

A passagem de Ezequiel 34:1—6 é certamente a que melhor descreve, no Antigo Testamento, o assunto que é objeto deste artigo, a saber: Abuso Espiritual.

1 Veio a mim a palavra do SENHOR, dizendo:

2 Filho do homem, profetiza contra os pastores de Israel; profetiza e dize-lhes: Assim diz o SENHOR Deus: Ai dos pastores de Israel que se apascentam a si mesmos! Não apascentarão os pastores as ovelhas?

3 Comeis a gordura, vestis-vos da lã e degolais o cevado; mas não apascentais as ovelhas.

4 A fraca não fortalecestes, a doente não curastes, a quebrada não ligastes, a desgarrada não tornastes a trazer e a perdida não buscastes; mas dominais sobre elas com rigor e dureza.

5 Assim, se espalharam, por não haver pastor, e se tornaram pasto para todas as feras do campo.

6 As minhas ovelhas andam desgarradas por todos os montes e por todo elevado outeiro; as minhas ovelhas andam espalhadas por toda a terra, sem haver quem as procure ou quem as busque.

Nesta passagem nós encontramos a palavra do Senhor vindo até o profeta Ezequiel, para lhe ordenar que profetize contra “os pastores de Israel”. Por esta expressão, como fica evidente pelo contexto, devemos entender que o profeta não está se referido literalmente a pastores de ovelhas, e sim a todos os líderes da nação de Israel. Ele dirige suas palavras aos magistrados e aos príncipes, aos levitas e aos sacerdotes i.e. a todos aqueles que tinham a responsabilidade de cuidar do povo de Deus. De zelar sobre o povo de Deus, de protegê-lo e de não explorá-lo.

Através do profeta Ezequiel é o próprio Deus quem tem algo a dizer a esses líderes. E Deus fala de uma posição privilegiada, já que Ele mesmo é reconhecido como o pastor por excelência sobre seu povo – ver Salmos 80:1. E como pastor sobre Seu povo, Deus é louvado, de forma magistral por Davi no Salmo 23, que começa exatamente com as palavras “O SENHOR é o meu Pastor, nada me faltará”! Fala o Deus pastor de Israel e diz: “Ai dos pastores de Israel”! E nesta expressão nós encontramos uma vibrante contradição entre como aqueles homens se viam e como o Deus pastor os via. Como iremos perceber os problemas causados por pastores abusadores, existem desde os tempos mais antigos.

Pastores, como líderes, gostam de pensar de si mesmo como pessoas diferenciadas, acima das outras pessoas. Gostam de se ver como sendo “especiais”, como super crentes. Apesar de gostarem de se ver desta maneira, Deus não está nem por um segundo interessado em participar no jogo deles. Suas palavras são de condenação absoluta desde o começo: “Ai dos pastores de Israel”. Aqueles homens achavam que as posições que ocupavam eram tão dignificadas que os tornavam, automaticamente, isentos e imunes a toda e qualquer forma de crítica. Não entendiam que as posições que ocupavam, bem como as funções que executavam, realmente, não os isentavam de ter que admitir seus erros, de ter que confessar seus pecados e de sofrer as graves conseqüências dos juízos de Deus, caso não se arrependessem. Esta palavra realmente dura da parte do Senhor é motivada pelo fato de que os pastores não são “donos” do rebanho de Deus e por este motivo não podem tratar o rebanho de Deus de qualquer maneira e, muito menos, de maneiras que sejam abusivas. Pastores, como diz o apóstolo Pedro, não passam de cooperadores submetidos ao Senhor Jesus que é chamado de Supremo pastor – ver 1 Pedro 5:4. O motivo porque o Senhor usa tão duras palavras foi expresso de forma perfeita pelo profeta Jeremias quando diz: “Ai dos pastores que destroem e dispersam as ovelhas do meu pasto! — diz o SENHOR – Jeremias 23:1. Porque somos ovelhas do pasto do Senhor, é que Ele se mostra tão aborrecido quando somos maltratados por aqueles que deveriam realmente cuidar de nós. Todos aqueles que são chamados, pelo SENHOR, para ajudar a cuidar das ovelhas do Seu pasto, vejam bem como procedem porque Deus não se agrada de tolos – ver Eclesiastes 5:4! Conforme podemos ver neste texto de Ezequiel, Deus irá sempre tratar com firmeza aqueles que não viverem à altura dos compromissos assumidos como pastores e servos a serviço do povo de Deus.

Ezequiel, falando em nome do Deus Pastor de Israel, confronta os pastores dos seus dias de várias maneiras.

1. Em primeiro lugar existe a pergunta mais básica que precisa ser respondida e que é: por que existem pastores? A resposta nos vem através de uma pergunta feita pelo profeta: Não apascentarão os pastores as ovelhas? Pastores existem, primariamente, para apascentar as ovelhas. Para cuidar das ovelhas. E devem executar estas funções sem condenar e sem brutalizar as ovelhas. Usando uma linguagem bastante direta, o profeta acusa os pastores de estarem cuidando de si mesmos em vez de estarem cuidando das ovelhas: “Ai dos pastores que se apascentam a si mesmos!”. Como se não fosse terrível o bastante ignorarem as necessidades das ovelhas por estarem por demais ocupados consigo mesmos, estes pastores ainda tratavam as ovelhas com extrema brutalidade, pois o profeta diz: “Comeis a gordura, vestis-vos da lã e degolais o cevado; mas não apascentais as ovelhas” e “dominais sobre elas com rigor e dureza”. O interesse daqueles pastores estava muito mais nos benefícios materiais que poderiam receber das ovelhas – carne, gordura, lã - do que nos benefícios espirituais que poderiam e deveriam repartir no cuidado do rebanho. Para Ezequiel, o interesse daqueles pastores não estava centrado no chamado de Deus e no pastoreio e sim no poder e no controle que exerciam sobre as ovelhas.

2. Em segundo lugar existe a triste constatação de que os pastores estavam negligenciando por completo suas responsabilidades, mesmo as mais básicas. O profeta diz: “A fraca não fortalecestes, a doente não curastes, a quebrada não ligastes, a desgarrada não tornastes a trazer e a perdida não buscastes”. Mas que situação tão terrível! Por que estes homens agiam assim desta maneira? Além da absoluta falta de interesse verdadeiro pelas ovelhas, eles agiam desta maneira em parte por ignorância e em parte por preguiça. O despreparo dos pastores é notório e a preguiça de muitos deles também. Deixa o rebanho pra lá, dizem. O rebanho só me interessa pelo que posso conseguir dele, o resto é realmente irrelevante. Pensam e agem assim porque sabem que o povo os tem em alta estima e ninguém vai realmente querer peitar o “ungido do Senhor”.

3. O resultado direto deste descaso e ignorância não demora a ser sentido. Ovelhas sem cuidados pastorais e maltratadas tendem a se espalhar, por não haver pastor, e acabam por tornar-se pasto para todas as feras do campo. Este é o triste fim de todas as situações de abuso espiritual que encontramos, mesmo nos dias de hoje: ovelhas dispersas, abandonadas e sendo devoradas por todos os tipos de “feras”. O profeta constata, em nome do Deus Pastor de Israel, esta triste realidade, ao dizer: “As minhas ovelhas andam desgarradas por todos os montes e por todo elevado outeiro”. Ovelhas abusadas só conseguem resistir até certo ponto. Algumas chegam mesmo a morrer dentro do próprio redil – a comunidade local que chamamos de igreja. Outras não aguentando mais os abusos preferem abandonar o redil. E os pastores demonstram algum tipo de preocupação? As palavras de Ezequiel estão repletas de desconsolo neste quesito: “as minhas ovelhas andam espalhadas por toda a terra, sem haver quem as procure ou quem as busque”. A triste conclusão a que chegamos ao analisar este texto é a mesma de muitos irmãos que têm nos procurado para nos dizer: melhor ficar sem pastor, do que sob os cuidados, ou melhor, a falta de cuidados, deste tipo de pastores denunciados pelo profeta.

Não podemos ignorar que os pastores abusadores, não desistem de seus atos de abuso, mesmo quando as ovelhas saem dos seus redis. Estes abusadores perseguem as ovelhas, visando trazê-las de volta à situação terrível da qual haviam escapado. Quando encontram resistência por parte da ovelha que saiu, a atitude dos abusadores é, como o leitor já sabe, mais abuso. Falsas acusações de insubordinação, de insubmissão e falta de consagração a Deus são apenas o começo. Visando intimidar a “ovelha desgarrada”, pastores abusadores partem para os mais baixos tipos de manipulação que incluem: dizer que a “ovelha desgarrada” nunca foi verdadeiramente crente, ou pior, dizer que a “ovelha desgarrada” vai direto para o inferno. Depois, com a cara lavada, esses abusadores sentem-se livres para afirmar que suas igrejas são igrejas que “cuidam realmente” das pessoas e ninguém poderá dizer que não tentaram trazer a ovelha desgarrada de volta.

Mas é interessante notar, que nestes encontros, que visam à reconciliação, não existe, por parte dos abusadores, nem uma palavra de admissão de erros cometidos. Como são os “ungidos do Senhor” estão muito acima até mesmo da possibilidade de cometerem o menor pecado. Afinal, eles ensinam que pastores, não cometem erros nem pecados e não precisam nunca pedir perdão. E quando apertados, costumam sacar, sem a menor cerimônia, seu texto favorito, que diz: Não toqueis nos meus ungidos! São realmente patéticos nestas horas.

A verdade que muitas vezes resistimos em reconhecer, e pessoas abusadas sentem esta dificuldade de uma maneira muito mais aguda, é que existem muitos homens, mas muitos mesmos, que se intitulam pastores, são até mesmo ordenados, mas que na realidade não são pastores de verdade. Não possuem chamado, não se submetem ao Senhorio de Jesus e não se dispõe ser aquilo que devem ser: servos, a serviço do povo de Deus. Muitos hoje estão no ministério apenas por interesses financeiros e comerciais. Como “ser pastor” se tornou em apenas mais uma profissão, o pastor-abusador fará de tudo que estiver ao seu alcance para não perder sua “boquinha”.

B. O Senhor Jesus e os Falsos Pastores.

Nos dias em que andou por este mundo, o Senhor Jesus foi um ferrenho adversário dos falsos pastores. Jesus se opôs abertamente contra todos aqueles que, chamando-se pastores, se ocupam realmente somente consigo mesmos e abandonam o rebanho completamente. A situação do povo de Israel, nos dias de Jesus, não era nem um pouco diferente daquela que encontramos nos dias dos profetas Jeremias e Ezequiel. O evangelista Mateus nos diz que:

“Vendo ele – Jesus - as multidões, compadeceu-se delas, porque estavam aflitas e exaustas como ovelhas que não têm pastor – Mateus 9:36”.

O encontro frontal entre Jesus e os falsos pastores de Israel dos seus dias, será discutido no Capítulo 3 desta série.

A continuação desse estudo - parte 2 - pode ser encontrada nesse link:

http://ograndedialogo.blogspot.com/2011/11/abuso-espiritual-estudo-2-parte-2.html

O estudo número 1 dessa série poderá ser encontrado aqui:

http://ograndedialogo.blogspot.com.br/2012/04/nao-toqueis-nos-meus-ungidos.html

Que Deus abençoe a todos.

Alexandros Meimaridis 

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Desde já agradecemos a todos.


Notas:

1. Todas as citações bíblicas neste artigo são da versão de Almeida Revista e Atualizada (ARA) publicada pela Sociedade Bíblica do Brasil a menos que outra tradução seja indicada.

2. Benny Hinn declarou ter visitado os túmulos de Aimee Semple McPherson fundadora da Igreja do Evangelho Quadrangular e de Katherine Kuhlman, evangelista que lotou por cerca de 20 anos o grande auditório “Carnegie Hall” em Ohio com suas mensagens acerca de cura divina.

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